Saúde

Anvisa proíbe comercialização do ‘Chip da beleza’

21/10/2024
Reprodução

Na última sexta-feira (18), a Anvisa anunciou a proibição da comercialização e uso de implantes hormonais manipulados, um movimento apoiado por diversas sociedades médicas, incluindo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e a Associação Médica Brasileira (AMB). Essas organizações apresentaram uma resolução destacando os riscos associados à utilização de hormônios de forma não regulamentada.

No documento, enfatiza-se a complexidade da ação hormonal no organismo e a necessidade de um controle rigoroso sobre a fabricação e distribuição de produtos hormonais. A proibição abrange não apenas a manipulação, mas também a fabricação, importação e propaganda de medicamentos que não tenham registro na ANVISA.

Diferentemente do implante hormonal aprovado, como o Implanon, que é utilizado para contracepção e possui supervisão rigorosa, os implantes manipulados, frequentemente referidos como “chip da beleza”, são produzidos em farmácias de manipulação sem a devida regulamentação, o que levanta preocupações sobre a dosagem e os efeitos colaterais. Esses implantes, do tamanho de um palito de fósforo, são inseridos sob a pele e podem conter diferentes hormônios.

De acordo com a Dra. Maria Celeste Wender, presidente da FEBRASGO, a falta de fiscalização e controle sobre esse tipo de implante coloca em risco a saúde das mulheres. “Quando o produto é manipulado, não temos como mensurar o padrão da liberação hormonal no corpo da mulher e nem o impacto que pode causar à saúde. Os implantes hormonais manipulados têm sido promovidos para mulheres sem pesquisas científicas de qualidade sobre farmacocinética, seus efeitos e contraindicações”, explica.

A decisão da ANVISA visa proteger a saúde da população, garantindo que apenas produtos devidamente testados e aprovados sejam utilizados.