Saúde

Antirretrovirais não substituem eficácia do preservativo

24/07/2014
Antirretrovirais não substituem eficácia do preservativo | Jornal da Orla
Os jornais têm divulgado a recomendação que a Organização Mundial da Saúde fez, em julho, referente às estratégias de prevenção para a infecção pelo vírus HIV, mas há de se chamar a atenção para certos aspectos. Não foi descoberta a cura da aids, nem a possibilidade efetiva de se impedir a infecção pelo vírus. Além disso, o uso de preservativos é absolutamente recomendado em todo tipo de relação sexual.
 
No documento da OMS, orienta-se o uso preventivo de medicamentos antirretrovirais para as pessoas que estão mais expostas ao risco de se infectarem pelo vírus. O documento refere-se aos homens que fazem sexo com homens, aos que fazem uso de drogas injetáveis, às pessoas em reclusão, aos trabalhadores do sexo e aos transexuais. Esse grupo de pessoas tem, proporcionalmente, mais casos do que a população em geral.
 
Populações em risco
Esses grupos de pessoas estão mais expostos ao vírus e, obviamente, mantém maior possibilidade de contaminação. O uso preventivo do medicamento visa impedir que o vírus instale seu material genético nas células do sistema imunológico, o que as destruiria posteriormente, caracterizando a perda da capacidade imunológica do indivíduo. Essa prática já é utilizada no caso dos recém-nascidos de mães infectadas, com algum sucesso. Após nascer, o bebê recebe medicamento por seis meses, impedindo a instalação do vírus.
 
O importante a ser frisado é que a administração do medicamento não substituirá o uso de preservativos, porque a eficácia da prática não é total, porém na somatória das ações, prevê-se a redução dos casos, mas não a extinção da infecção. Como prática de saúde pública, a proposta é interessante porque a diminuição no número de casos é boa, porém sempre haverá aqueles que ainda irão fazer parte do número de pessoas infectadas. E uma vez infectado, não há nenhum medicamento disponível que realize a cura efetiva.
 
Efeitos colaterais
Outro aspecto a se destacar é o de que todo medicamento traz reações adversas e, portanto, tem seus próprios riscos. Ademais, o uso desses medicamentos precisa ser feito dentro da compreensão plena do significado da infecção por HIV, seus mecanismos e consequências para o indivíduo infectado. A OMS não recomenda, desse modo, que o uso preventivo dos medicamentos seja feito de forma generalizada para todas as pessoas.
 
Prática preventiva
A terapia antirretroviral, no Brasil, é realizada de forma sistematizada pelo Ministério da Saúde, por meio dos serviços municipais. Ainda que se considere a autonomia médica de prescrição, o controle da doença é normatizado por protocolos, os quais indicam os momentos adequados de se iniciar a terapia antirretroviral e de que forma deve ser conduzida. A prática preventiva recomendada pela OMS, demanda a discussão nacional para ser adotada como política de saúde pública. Previna-se de forma contundente.
 
Dúvidas
Encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.