Saúde

Alimentos ultraprocessados aumentam risco de obesidade infantil

01/07/2022
Alimentos ultraprocessados aumentam risco de obesidade infantil | Jornal da Orla

Normalmente, o mais fácil acaba custando mais caro —e é justamente esse o caso dos alimentos ultraprocessados, cujo consumo por crianças tem um efeito ainda mais devastador. Salgadinhos, molhos prontos, macarrão instantâneo, embutidos e refrigerantes aumentam o risco de obesidade.

“A obesidade infantil é a porta de entrada para uma série de complicações que podem levar a criança a desenvolver, na idade adulta, doenças como AVC, hipertensão, câncer, doenças cardiovasculares e dificuldades respiratórias, além de impactar também a saúde mental, desencadeando problemas psicológicos como baixa autoestima e transtornos alimentares”, explica a nutricionista Patrícia de Moraes Pontilho, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2025, o número de crianças obesas no mundo chegará a 75 milhões. Já o Atlas Mundial da Obesidade aponta que o Brasil ocupará a 5ª posição do ranking com mais crianças e adolescentes com obesidade,

Hábitos saudáveis ajudam a evitar obesidade infantil
Para evitar a obesidade, tanto em crianças quanto em adultos, é preciso uma reeducação alimentar que contemple o consumo de alimentos in natura sejam ricos em nutrientes e proteínas, como carnes frescas, ovos, frutas, legumes e verduras. A dieta também inclui os chamados alimentos ‘minimamente processados’, como arroz e feijão, que passaram apenas por processos de limpeza, secagem e embalagem.

“Pais, mães e responsáveis podem aproveitar este momento, em que muita gente está trabalhando em home office, para envolver as crianças na preparação das refeições. Isso com certeza desperta nelas a curiosidade e as motiva a participar do processo, fomentando hábitos mais saudáveis que serão levados para a vida adulta. Além disso, levar a criança à feira ou ao supermercado pode ser uma tarefa divertida que desenvolve também proximidade com alimentos que ela nem conhece”, acrescenta.

Mudança de hábitos para evitar obesidade infantil
Outra mudança fundamental é a incorporação de atividade física à rotina. A OMS recomenda 60 minutos por dia para adolescentes. Outra orientação é limitar o tempo do jovem em atividades sedentárias, como assistir TV e usar dispositivos eletrônicos como celular, tablete e videogame —no máximo, duas horas por dia.

Exercícios e atividades variadas dentro e fora de casa como jogar bola, andar de bicicleta, pular corda, são alternativas para evitar o sedentarismo.

É importante ainda que os responsáveis busquem por especialistas, pois o tratamento de obesidade demanda tempo e é individualizado e o sucesso do tratamento depende da atuação de uma equipe multidisciplinar envolvendo nutricionista, educador físico e médico. “O diagnóstico prematuro da obesidade colabora, combinado com a assistência de um nutricionista, para que a criança tenha uma proposta de dieta ou reeducação alimentar de qualidade, contribuindo para que ela chegue à adolescência e se torne um adulto com hábitos saudáveis”, finaliza Pontilho.