Saúde

Alimentos que causam pedra nos rins

31/03/2024
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Comidas ultraprocessadas, entre elas, embutidos, temperos e molhos prontos, enlatados, salgadinhos, biscoitos recheados, aumentam o risco de formar pedra nos rins. Para evitar o problema, é preciso consumir muita água (3 litros por dia) e menos sal. Já o famoso chá de planta chá de quebra pedras (Phyllanthus niruri) ajuda a prevenir, mas não trata quem já possui pedra nos rins.

De acordo com a médica nefrologista Caroline Reigada, a maior parte dos pacientes não percebem que têm o problema, pois só sentem dores quando o cálculo sai do rim e obstrui o canal urinário (ureter). Dessa forma, provocando a famosa cólica renal, um quadro de dor lombar intensa, de início súbito, com irradiação para a região lateral do abdome e frequentemente para a região genital. “A dor pode ser tão forte que chega a causar náuseas e vômitos. Muitas vezes vem acompanhada de sangue na urina por lesão da via urinária provocada pela pedra”, explica.

Para diagnosticar o problema, deve ser feito exame de imagem abdominal como ultrassom ou tomografia.

Alimentos que potencializam a pedra nos rins

Embutidos, temperos e molhos prontos, enlatados, conservas, queijos amarelos, sopas de pacote e macarrão instantâneo, carnes salgadas, salgadinhos para aperitivos, bolachas salgadas ou doces recheadas, margarina ou manteiga com sal, requeijão normal ou light, maionese pronta, patês, e produtos com glutamato monossódico.

Alimentos recomendados

A nefrologista explica que sucos de frutas podem ajudar. “Principalmente as cítricas (laranja, tangerina, limão, melão), que contêm uma grande quantidade de citrato, substância que protege o rim contra a formação de cálculos. Mas não consuma sucos artificiais ou refrigerantes”, recomenda.

Alimentos que causam pedra nos rins O tipo de alimentos e a quantidade em que são consumidos podem ser determinantes para o aparecimento do cálculo renal — a popular pedras nos rins.

Alimentos que causam pedra nos rins: produtos ultraprocessados

Alimentos que exigem cautela

É preciso estar alerta para não consumir em excesso proteínas (principalmente as de origem animal) e carboidratos. “Prefira carnes magras, peixe ou frango sem pele. Os carboidratos (arroz, batata, massas, pães, bolos) não são proibidos, mas quando consumidos em excesso podem favorecer o ganho de peso. Prefira o arroz e macarrão integrais, biscoitos e pães integrais, pois contêm fibras que auxiliam no funcionamento intestinal e ajudam na saciedade”, diz a médica.

Café, achocolatados, chá preto, mate ou verde, chocolate, nozes, amendoim, mariscos e frutos do mar devem ser ingeridos com parcimônia. “Esses alimentos são ricos em oxalato, substância que favorece a formação de cálculos quando em excesso. Pessoas que possuem predisposição a absorver mais oxalato no intestino (portadores de Doença de Crohn, Doença Celíaca, Pancreatite Crônica, Síndrome do Intestino Curto) devem seguir mais essa orientação”, diz. O tomate, ao contrário do que muitos pensam, tem pouca quantidade de oxalato e pode ser consumido por pessoas com cálculos.

Mais água e menos sal

Caroline Reigada recomenda ingerir no mínimo três litros de líquidos por dia, usar pouco sal no preparo dos alimentos e evitar os que já são salgados. “Use temperos naturais para dar sabor à comida: alho, cebola, salsinha, cebolinha, coentro, limão ou outros de sua preferência. Quanto mais temperos você usar, menos sal precisará”.

Não corte o consumo de leite

Segundo Reigada, estudos comprovam que a falta de cálcio na dieta pode estimular a formação de pedras e que, ao contrário do que se pensava, o paciente com cálculo renal deve ingerir uma quantidade normal de alimentos com cálcio por dia.

“O corpo humano necessita uma ingestão diária de 1 g de cálcio. Cada copo de leite (200 ml) tem aproximadamente 200 mg de cálcio; então, para suprir a necessidade diária, são necessários cinco copos de leite por dia. Você pode substituir o leite por derivados como queijo branco com pouco sal, ricota, iogurtes ou coalhadas”, diz a médica.

Chá quebra-pedra

Feito a partir da planta Phyllanthus niruri, o chá de quebra pedras age convertendo cristais de oxalato de cálcio monohidratado em cristais di-hidratados, que, por possuírem uma menor superfície, se aderem menos às vias urinárias. “Estudos mostram que o chá funciona mais como uma prevenção de formação de novos cálculos do que tratamento de pedras já existentes. Portanto, o termo ‘quebra pedra’ é inapropriado, pois o chá não age quebrando os cálculos”, explica Caroline Reigada.

Vitaminas

Os suplementos vitamínicos devem ser consumidos com orientação médica: “O excesso de algumas vitaminas (C e D) pode levar a formação de cálculos.

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