Dor emocional por luto ou solidão aumenta no Natal e Ano Novo
Final de ano é época de celebrações, confraternizar com amigos, colegas de trabalho e familiares. Porém, para um grupo de pessoas é período sofrimento. Apesar do clima de alegria, para elas, o que prevalece são sentimentos como solidão, tristeza e angústia.
Para apoiar estas pessoas com sofrimento emocional, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece um serviço de atendimento que consiste, basicamente, ouvir quem precisa falar sobre o que sente. A procura por esta escuta fraterna aumenta durante esta época de festas, por diversas razões.
“No final do ano, percebemos ligações um pouco diferentes. Algumas para agradecer, são pessoas que nos procuram durante o ano inteiro e entram em contato para agradecer. Há também as pessoas que falam sobre o que lhes aconteceu ao longo do ano, fazem uma retrospectiva, e as metas que têm para o próximo ano. O que elas gostariam que fosse diferente”, revela.
No entanto, o sentimento mais recorrente é o de solidão: o falecimento de alguém querido, separação conjugal, uma desavença familiar. Também ocorre com quem convive com várias outras pessoas mas ainda assim se sente só, incompreendida.
Basílio Rocha esclarece que o voluntário do CVV não vai apresentar a solução para os problemas. “O CVV oferece a oportunidade de cada um falar de sua vida e se organizar. Dentro de cada um existe a capacidade de construção daquilo que é melhor”.
Sinais de alerta
Rocha explica que a própria pessoa pode identificar sinais em si de que está precisando de amparo emocional. Basicamente, é uma mudança drástica de comportamento, que pode se acentuar com a proximidade destas festas de fim de ano. “Mas não é fácil, porque nem sempre a pessoa consegue olhar para dentro de si. Muitas pessoas relatam falta de energia vital, acorda sem ânimo para viver o dia a dia; a pessoa fica mais introspectiva, evita o convívio social, começa a perder os prazeres da vida. Sentimento como tristeza e angústia são mais recorrentes”.
Como ajudar
Pessoas que convivem com quem indica sinais de fragilidade emocional podem se dispor a ajudar, mas sempre com muito respeito. “É possível conversar com a pessoa, em particular, para não constranger e dizer que percebe que ela está diferente. E se colocar à disposição para conversar. Quem está passando por um momento difícil e percebe que foi notado se sente muito importante”, argumenta.
Basílio destaca que é importante respeitar a situação. “Aquela pessoa tem todo o direito de sentir o que ela sente. Pode parecer um motivo bobo para a gente, mas é a dor da pessoa. Quem sabe aquele problema que ela aponta na verdade faça aparecer outros, mais complexos”.
Serviço- Centro de Valorização da Vida (CVV) – Telefone 188 (ligação gratuita, 24 horas por dia). www.cvv.org.br