Uma noite de terror da Comunidade Judaica.
Um aluno talentoso frequenta a universidade e, de repente, os judeus são proibidos de se inscrever nas faculdades.
Uma família judia de pessoas bem sucedidas e de posses é, um dia, expulsa de seu lar para viver em casas em um bairro predeterminado e com mais umas 15 famílias juntas.
Artistas judeus ficam proibidos de exercer suas artes.
Isto já era um prenúncio da tragédia que recairia sobre o povo judeu em toda a Europa.
Entretanto, a Noite dos Cristais, dia 9 de Novembro de 1938, a Kristallnacht, na qual os nazistas organizaram um pogrom em toda Alemanha e Áustria ocupada, foi considerada como o momento quando o Holocausto começou com toda sua fúria.
Aquele pogrom ficou conhecido como Kristallnacht, como uma referência aos vidros das janelas e vitrines quebradas de sinagogas, casas, lojas e centros comunitários judaicos que foram profanados e destruídos durante o mesmo.
Ao todo, 91 judeus foram mortos, pelo menos 267 sinagogas queimadas e destruídas, 7.500 lojas judaicas saqueadas e vandalizadas e 30 mil judeus deportados para campos de concentração.
Nessa data, muitas sinagogas arderam no fogo por toda a noite, em plena vista do público e dos bombeiros locais, que haviam recebido ordens para apenas intervir quando as chamas ameaçassem se espalhar para as construções próximas [não judaicas].
Os membros das SA (precursora dos SS) e da Juventude Hitlerista, por todo o país, quebraram vitrines e saquearam as mercadorias de milhares de estabelecimentos comerciais de propriedade judaica.
Em muitas regiões, os cemitérios judaicos tornaram-se objeto particular de profanação.
O massacre foi especialmente destrutivo em Berlim e em Viena, cidades que abrigavam as duas maiores comunidades judaicas residentes na área do Reich alemão.
Grupos de homens das SA percorriam as ruas atacando judeus em suas casas, e forçando aqueles que encontravam nas ruas a padecer com atos de violência e humilhação pública.
O ponto de partida dessa noite odiosa foi o assassinato de um diplomata alemão por um judeu polonês.
A ironia é a responsabilização que imputaram aos próprios judeus e a multa impagável que foi cobrada daquela nossa comunidade.
Nas semanas seguintes, o governo alemão promulgou dezenas de leis e decretos destinados a privar os judeus de sua propriedade e de seus meios de subsistência.
Muitas dessas leis aplicavam a política de “arianização” – a transferência de empresas e bens de propriedade de judeus para a população designada como “ariana”, geralmente por uma fração de seu valor real.
A legislação seguinte impedia os judeus, que já eram inelegíveis para emprego no setor público, de praticar a maior parte das profissões do setor privado.
Essas leis contribuíram ainda mais para a eliminação dos judeus da vida pública [e de ter um sustento]. Funcionários alemães da área educacional expulsaram as crianças judias que ainda frequentavam escolas alemãs.
Os judeus alemães perderam o direito de possuir carteira de motorista ou automóvel. A legislação restringia seu acesso ao transporte público, e também aos teatros, cinemas ou salas de concerto “alemães”.
Todos os anos, nesta data, devemos aprender e ensinar como um governo conseguiu agir como se fosse superior ao Divino e pretendeu dominar o mundo pela força e crueldade.
Nossa vingança é com a memória.
O alerta é a homenagem que podemos contribuir para que isso não aconteça de novo.
É com a força de Israel em todas as instituições que estaremos prontos para responder à altura.
Infelizmente, nestes nossos tempos, começamos ver as bestas atacarem nosso povo, mas, com certeza, já temos como nos defender.
Mas, enfim, a recordação da Kristallnacht é um chamado para que estejamos sempre alertas para o perigo latente da barbárie.