Conta-se que, certa vez, um homem muito maldoso resolveu pregar uma peça em um mestre, famoso por sua sabedoria.
Preparou uma armadilha infalível, como somente os maus podem conceber.
Tomou de um pássaro e o segurou nas mãos, imaginando que iria até o idoso e experiente mestre, formulando-lhe a seguinte pergunta:
-Mestre, o passarinho que trago nas mãos está vivo ou morto?
Naturalmente, se o mestre respondesse que estava vivo, ele o esmagaria em sua mão, mostrando o pequeno cadáver. Se a resposta fosse que o pássaro estava morto, ele abriria as mãos, libertando-o e permitindo que voasse, ganhando as alturas.
Qualquer que fosse a resposta, ele incorreria em erro aos olhos de todos que assistissem a cena. Assim pensou. Assim fez.
Quando vários discípulos se encontravam ao redor do venerando senhor, ele se aproximou e formulou a pergunta fatal.
O sábio olhou aquele homem, profundamente, em seus olhos. Parecia desejar examinar o mais escondido de sua alma. Depois respondeu, calmo e seguro:
-O destino desse pássaro, meu filho, está em suas mãos.
[com base em texto de Richard Simonetti e na Redação do Momento Espírita]
A história pode nos sugerir vários aspectos. Podemos analisar a maldade humana, que não vacila em esmagar inocentes para alcançar os seus objetivos.
Podemos meditar na excelência da sabedoria, que se sobrepõe a qualquer ardil dos desonestos.
Recordamos das tantas vezes em que os soberbos do seu tempo prepararam armadilhas para o próprio Mestre dos mestres.
Sabemos como, pela sua sabedoria, soube dar a resposta mais condizente, em todas as oportunidades.
Também analisou leis injustas, criadas por homens injustos e assinalou a condição excelente do perdão, da segunda chance.
Normalmente, tudo atribuímos a Deus, à Sua vontade: as doenças, a miséria, a ignorância, a desgraça.
Ora, se Deus é infinito amor e bondade, conforme nos revelou Jesus, como conceber que Ele seja o promotor do infortúnio?
A vida nos é dada por Deus. Importante tenhamos sempre em mente que a qualidade de nossa vida é fruto das nossas ações.
Se o mal impera, é porque os bons permanecem silenciosos, de forma tímida, permitindo o avanço desdenhoso daquele.
A mão que liberta o homem da desgraça é a do seu semelhante, o mais próximo que se lhe situe.
Assim, o destino de nossa sociedade é o somatório de nossas ações.