No trânsito, o maior cuida do menor. De acordo com o parágrafo 2º, do artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiro, há uma ordem de responsabilidade no trânsito, na qual os veículos de maior porte são responsáveis pelos de menor porte, assim como os motorizados pelos não motorizados.
Essas regras relacionadas à vulnerabilidade dos usuários no trânsito fazem sentido quando se levam em conta que, segundo dados divulgados pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), mais da metade de todas as mortes no trânsito ocorre entre usuários vulneráveis das vidas – pedestres, ciclistas e motociclistas. Além disso, a mesma fonte aponta que mais de 270 mil pedestres morrem em acidentes nas estradas do mundo inteiro a cada ano.
Quem me acompanha sabe o tanto de vezes que eu já puxei orelhas, alertando sobre isso. Porém, hoje o meu puxão de orelha vai para o usuário mais vulnerável. Sim, porque não adianta somente o maior cuidar do menor, se o menor é descuidado, concordam?
Esta semana peguei a estrada em direção ao litoral sul e pude observar o quanto a irresponsabilidade pode ceifar vidas, ao notar pedestres atravessando a estrada, correndo, se expondo aos carros e correndo risco de serem atropelados, enquanto havia uma passarela para eles ali em cima. Fiquei me questionando por que correr tamanho risco. Seria somente “preguiça” de se deslocar até a passarela? Seria certeza que os carros vão diminuir a tempo de evitar o impacto? Ou é pura irresponsabilidade mesmo?
Não tenho respostas às essas perguntas. Mas deixo aqui a minha bronca e o meu puxão de orelhas: se a pessoa está a pé, em uma posição mais vulnerável, o mais forte tem sim que respeitar a sua presença. Porém é necessário, ou melhor, é obrigação do mais vulnerável respeitar as leis de trânsito, até para cuidar de si mesmo. Eu fico por aqui.
Até a próxima!
…
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete a linha editorial e ideológica do Jornal da Orla. O jornal não se responsabiliza pelas colunas publicadas neste espaço.
