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A Importância do piano na Bossa Nova

23/06/2023
Divulgação

A Bossa Nova que é brasileira de alma e coração, com projeção internacional, surgiu na década de 50, na linda e inspiradora zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

O marco inicial se deu com a gravação do clássico “Chega de Saudade”, de Tom e Vinicius, em 10 de julho de 1958, executada pelo genial violonista e cantor João Gilberto, que literalmente rachou a música popular brasileira, que pode ser definida no período anterior e no período posterior desta gravação.

Apesar da Bossa Nova ser conhecida na versão “um banquinho, um violão”, o instrumento piano teve participação fundamental na criação do estilo e também responsável pela sua popularização.

Para fundamentar essa importância, é preciso lembrar que em meados de 1953, o pianista, cantor e compositor Johnny Alf lançou sua composição “Rapaz de Bem”, inspirando na época as bases da sonoridade da Bossa Nova.

O também pianista, compositor e arranjador João Donato, no mesmo ano também, já utilizava no seu piano sonoridades muito similares a batida do violão de João Gilberto e que foram registradas em várias de suas gravações desta época.

Eles podem ser considerados também, sem nenhuma dúvida, como precursores da Bossa Nova e não por acaso.

Johnny Alf e João Donato eram sócios e colaboradores do Sinatra Farney Fan Club, que nasceu em 1949 no bairro da Tijuca, grupo formado para fazer o intercâmbio da música brasileira com a americana, realizando sessões para análise de orquestrações, solos e composições, além de shows e exposições fotográficas.

O nome foi inspirado depois do retorno de uma temporada de sucesso nos Estados Unidos, do pianista e cantor Dick Farney, que se juntou ao grupo quando ficou sabendo da inciativa e que também costumo incluir na categoria importante de precursor do gênero.

Outro nome que merece ser reverenciado é Tom Jobim, nosso eterno Maestro Soberano, que apesar de tocar violão, fez no piano suas maiores composições e executando ele, obteve suas maiores conquistas na música.

Com a explosão da Bossa Nova na década de 60, vários outros pianistas despontaram, principalmente com a sonoridade instrumental do “samba jazz”. São eles: Sergio Mendes com o seu sexteto “Bossa Rio”, Eumir Deodato com o seu “Os Catedráticos”, Cesar Camargo Mariano e o seu “Sambalanço Trio”, Luiz Carlos Vinhas e o seu “Bossa Três”, o “Tamba Trio” criado e liderado pelo pianista Luiz Eça, o “Zimbo Trio” liderado pelo pianista Amilton Godoy e também o genial pianista Manfredo Fest.

Depois vieram os pianistas Marcos Valle e Francis Hime e todos os demais que apareceram na sequência.

A Bossa Nova deu um ar sofisticado a música popular brasileira, propondo nítidas misturas com o jazz americano e vice-versa.

Temos que reverenciar o instrumento piano e seus pianistas, que ajudaram muito e levaram a Bossa Nova pelo mundo afora. Viva a música!

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