Sala de Ideias

A importância da nutrição na endometriose

06/05/2022
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Bruna Medeiros

A endometriose é uma doença que atinge mulheres e consiste no crescimento do endométrio (tecido que reveste o útero) fora da cavidade uterina, podendo acometer intestino, bexiga, ovários e tubas uterinas, por exemplo. Por não ser expelido para fora do corpo no período de menstruação, ocorre o processo inflamatório dessas lesões, podendo ocasionar dores.

Diversos estudos comprovam que o consumo em excesso de determinados alimentos pode piorar a inflamação e intensificar os sintomas.
São alimentos que contém substâncias que podem piorar essa inflamação ou mesmo aumentar o hormônio estrógeno, que consequentemente leva a progressão das lesões endometriais.

Portanto, é importante evitar sempre que for possível: carne vermelha, alimentos ultra processados, ricos em ômega 6 como óleos vegetais, frituras, açúcar em excesso e embutidos (presunto, salame, peito de peru). Caso for consumir, é melhor optar por comer em períodos distantes do início da menstruação. As mulheres devem dar preferência ao frango, peixe, ovos, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha) ao invés da carne vermelha. Além disso, é necessário fazer preparações em casa para evitar ao máximo o consumo de industrializados.

Além de evitar esses alimentos, é importante que essas mulheres sigam uma alimentação rica em fibras (muitas hortaliças, frutas), vitamina C, E, D, com compostos antioxidantes e anti-inflamatórios, presentes em diversos alimentos, como peixes, castanhas, suco de uva integral (rico em resveratrol, potente antioxidante), cúrcuma, gengibre, canela e blueberry. Sempre que for possível é importante priorizar o consumo de hortaliças orgânicas, livres de agrotóxicos, pois alimentos contaminados por esses produtos também podem piorar o quadro de endometriose.

Outro fator importante é o nível de vitamina D; estudos mostram que portadoras de endometriose que apresentam vitamina D acima de 30 ng/mL parecem se beneficiar, além de apresentar menos dores. Portanto, sempre que possível acompanhe em seus exames esse parâmetro, lembrando que para manter bons níveis de vitamina D é necessário a exposição diária ao sol por cerca de 15 minutos.

A suplementação de ômega 3 também tem se mostrado promissor na área, assim como outras suplementações (cúrcuma, resveratrol, vitamina C e E). Entretanto, a suplementação é sempre individualizada e é imprescindível procurar um nutricionista para orientá-la em todas as mudanças na rotina alimentar.

Bruna Medeiros – CRN 3: 4548-5. Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo

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