O Jornal da Orla testemunhou cinco das décadas mais revolucionárias da história da humanidade, um período de incríveis avanços científicos, tecnológicos e sociais que transformaram as relações no mundo. Uma história que começou em uma época analógica, assistiu o nascimento da era digital e hoje pode ser conferida e folheada no arquivo digitalizado que se encontra disponível no site do Instituto Histórico e Geográfico de Santos (IHGS).
O projeto “Digitalizando o Passado para as Futuras Gerações” foi idealizado pelo atual presidente do IHGS, o jornalista e historiador Sérgio Willians, e tem parceria com a Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams) e Sociedade Humanitária.
No site do IHGS está hospedada a Hemeroteca Digital Santista com todos as edições semanais do Jornal da Orla desde o primeiro número, em 18 de novembro de 1973, até o ano de 2015. Após isto o jornal passou a ser armazenado em PDF.
O acervo está acessível para consulta pública e gratuita na plataforma, onde também se encontram cerca de 50 títulos de jornais e revistas que já existiram e ainda existem na cidade. Algumas publicações são raridades do século 19, como a Revista Comercial, de 1850, e o jornal O Desfalque, de 1870.
A digitalização do material é resultado de um antigo desejo de Sérgio Willians em salvar a memória escrita da cidade. “Há mais de 15 anos penso fazer isto, mas é custoso”, reconhece. Quando assumiu a presidência do IHGS, passou a utilizar os recursos do uso do estacionamento para bancar o projeto. Começou com os acervos da Hemeroteca de Santos e da Sociedade Humanitária. Houve uma interrupção devido à pandemia, mas o trabalho já foi retomado.
Além dos recursos do estacionamento do IHGS, o projeto conta com emendas parlamentares de alguns vereadores. Pelo acordo de colaboração técnica firmado, as páginas são digitalizadas em Santos e a leitura do texto é enviada para o Rio de Janeiro, onde fica a Fundação Biblioteca Nacional, para aplicação do sistema de busca. Por este processo foi possível reduzir o custo de R$ 2,20 (valor de mercado) para R$ 0,60. “É um projeto cultural, de política pública, sem fins lucrativos”, explica Sérgio Willians. Até agora foram digitalizadas 1,5 milhão de páginas para preservar a memória da cidade.