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Prestando contas

13/11/2014
Prestando contas | Jornal da Orla

Quem estava entristecida era sua mãe. Apesar de estar completando a maioridade, André não aceitava nenhum disciplina. Com muito esforço, a mãe conseguira que ele aprendesse as primeiras letras. Depois, não quis mais estudar e trabalhar muito menos.

Ao deitar-se naquela noite, o jovem foi arrebatado pelas asas do sono. Sonhou que era procurado por um mensageiro espiritual que trazia na mão um documento. E, ante a curiosidade de André, lhe disse que aquela era a conta dos seres sacrificados até aquele momento, em seu proveito.

-Até hoje- falou o mensageiro- para te sustentar a existência morreram aproximadamente duas mil aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3000 peixes diversos. Nada menos de 60 mil vidas do reino vegetal foram consumidas por ti, incluindo-se as do arroz, milho, feijão, trigo, das várias raízes e legumes.

-Em média, bebeste 3 mil litros de leite, gastaste 7 mil ovos e comeste 10 mil frutas. Tens explorado fartamente as famílias do ar, das águas, do solo. O preço dos teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação. E nem relacionamos aqui os sacrifícios maternos, os recursos de teu pai, os obséquios dos amigos e as atenções dos benfeitores que te rodeiam.

-Em troca, o Senhor da vida manda te perguntar o que é que fizeste de útil? Nada deste de retorno à natureza. Lembra-te de que a própria erva se encontra em serviço divino. Tudo é mensagem de serviço, de trabalho na natureza. Olha para tua mãe. Os anos já lhe pesam e ela prossegue em intensa atividade por ti e por teus irmãos, encontrando ainda tempo para se dedicar aos filhos de ninguém.

-Observa teu pai que atravessa os anos em labor digno, dando-te o exemplo de disciplina e vontade. Teus próprios amigos se encontram empenhados no estudo e na dedicação profissional. Não fiques ocioso. Produze algo de bom, marcando a tua passagem pela Terra.
Espantado, o moço passou a ver o desfile dos animais que havia devorado e acordou assustado.

Amanhecia. O sol de ouro cantava em toda parte um hino ao trabalho pacífico. André pulou da cama, foi até sua mãe e exclamou:
-Mãe, desejo retornar aos estudos ainda hoje e, se possível, trabalhar para colaborar em casa.

[com base no livro “Alvorada Cristã”, de Néio Lúcio]

Para nos assegurar a vida, Deus nos faculta o ar, o sol, a chuva, os ventos…
Para nos sustentar o corpo, recebemos o leite materno e, na seqüência, seres vegetais e animais são sacrificados todos os dias.

Com tanta preocupação de Deus pela nossa própria vida, é de indagarmos o que a nossa vida tão preciosa está oferecendo ao mundo em troca.

Pense nisso e passe a somar para o bem comum e colaborar com o crescimento conjunto da dignidade humana, regando todo dia o vaso da decência e da honestidade.