Pode parecer repetitivo, mas os números mostram a necessidade de alertar para os riscos do câncer de próstata —daí a importância de haver um mês, o Novembro Azul, para intensificar os esforços e informar as causas, prevenção e tratamento da doença. Em pleno século 21, muitos homens deixam de fazer o exame que diagnostica a doença por preconceito.
A próstata
A próstata é uma glândula em formato de maçã responsável pela produção de sêmen, líquido que contém os espermatozoides. É natural que ela cresça com o passar dos anos, sem que isso represente risco à saúde do homem. O problema é quando ela aumenta rápido e desordenadamente: é o câncer, que se espalha para outras partes do corpo e leva à morte.
Mais casos a partir dos 65 anos
O Instituto Nacional do Câncer revela que o câncer de próstata responde por 29% dos tumores que acometem os brasileiros. Por ano, são diagnosticados em média 65.840 novos casos — 75% deles em homens com mais de 65 anos. São quase 16 mil mortes por ano.
Prevenção
Assim, a melhor maneira de evitar a morte é descobrir o câncer na próstata o quanto antes. E isso se faz com exames. Antes dos 50 anos, recomenda-se monitorar o nível de PSA (antígeno prostático sistêmico), que identifica os primeiros sinais da doença. Após os 50 anos, o homem deve fazer o exame de toque retal: através do toque da próstata, introduzindo o dedo no ânus do paciente, o médico pode diagnosticar se há alteração na glândula (tamanho, consistência, formato etc). Apesar dos grandes avanços da Medicina, continua sendo a maneira mais rápida e eficaz de examinar a próstata. Caso descubra alguma alteração, o especialista pedirá exames complementares, como a biopsia.
Quanto antes a doença for descoberta, mais fácil é o tratamento e as chances de sucesso, maiores.
Assim, o preconceito machista, que faz o homem não realizar o exame de toque retal, é o principal aliado do câncer na próstata.
TRATAMENTO
É o médico especialista que vai indiciar quais os procedimentos mais eficazes, de acordo com o caso: cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou terapia hormonal. O tratamento deve ser discutido com o paciente, ponderando riscos e benefícios.
A IMPOTÊNCIA
A perda de desejo sexual ou incapacidade de conseguir uma ereção ocorre caso a doença seja diagnosticada tardiamente. Se identificada logo no começo, a doença é tratada e a vida sexual do paciente não será prejudicada.
A impotência ocorre quando a doença atinge estágios mais avançados e afeta os nervos que passam ao redor da próstata e conduzem o estímulo da ereção ao pênis. A disfunção erétil também pode ocorrer como efeito colateral de terapias mais agressivas (realizadas quando a doença está em estágio mais avançado).
Sinais e sintomas
Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma. A situação começa a complicar quando há:
• Dificuldade de urinar
• Diminuição do jato de urina
• Necessidade de urinar mais vezes de dia ou à noite
• Sangue na urina
O que aumenta o risco?
Histórico familiar – Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos
Hábitos alimentares – Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado.
Contaminação – Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio), arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de próstata.
