Fronteiras da Ciência

As duas janelas

21/08/2021
As duas janelas | Jornal da Orla

Alguém disse, certa vez, que a vida sempre nos oferece duas janelas.

Uma é a janela da felicidade, que nos apresenta um jardim de flores, de cores, de alegria.

Ela está à nossa frente e nos mostra os dias de bênçãos, de convívio amigo, de amenidades.

No entanto, devemos lembrar que a outra janela está às nossas costas.

É a janela da tristeza, do sofrimento, das dificuldades.

Todos nos debruçamos ora numa, ora na outra. O que significa que se alternam, na vida, os momentos de felicidade e os de tristeza.

Importante é que de cada uma delas saibamos extrair o melhor que nos possa oferecer.

Ante a janela das dificuldades, tenhamos criatividade e esforço para reverter as situações que sejam possíveis.

Acontecimentos da vida do ator Drew Goodall podem bem exemplificar essas duas fases.

Ele estudou teatro, conheceu atores famosos e chegou a interpretar alguns papéis.

No entanto, após uma severa crítica ao seu trabalho, sua carreira simplesmente desabou.

No ano de 1990, sem dinheiro para pagar o aluguel, precisou sair de seu apartamento e foi morar na rua.

Foram seis longos meses em que dormia em uma caixa de papelão e dependia de quem lhe oferecesse com que se alimentar.

Surgiu-lhe a ideia de engraxar sapatos, o que lhe poderia render algum dinheiro.

Foi então que um dos seus clientes o convidou a trabalhar como engraxate, em sua empresa com muitos funcionários.

O panorama principiou a mudar. Drew começou a ganhar dinheiro ao ponto de, decorrido certo tempo, abrir sua própria empresa, a “Sunshine Shoeshine”.

O negócio deu muito certo. Ele fez parceria com importantes empresas de Londres, cujos executivos desejam ter seus sapatos bem polidos.

Sendo muito grato a quem o ajudou no tempo em que viveu nas ruas, oferece oportunidades a quem está na mesma situação em que ele se encontrou anos atrás.

Por esse motivo, a maioria dos seus quarenta funcionários foram pessoas desabrigadas ou são portadoras de necessidades especiais.

Com certeza, um exemplo de superação. Igualmente de solidariedade, de amor ao próximo.

 

[com base em fatos da vida do londrino Drew Goodall e na Redação do Momento Espírita]

 

Por vezes, somos pegos de surpresa por situações que nos obrigam a pôr um ponto final em nossa atual história, e a começar novo parágrafo.

Somos obrigados a simplificar a maneira de ser e de viver.

O detalhe importante, nessas horas, é que não nos deixemos envolver pela depressão, pelo desânimo.

É a hora de sair da janela da dificuldade e se voltar para a outra, a janela em frente e vislumbrar uma maneira de reverter a situação.

É hora de buscar novas formas de trabalho, de usar nossa criatividade, de não nos deixarmos vencer pelos primeiros fracassos.

E guardar a certeza de que podemos dar a volta por cima, adaptando-nos à nova realidade.

Um lugar mais simples para morar, menos comodidades, quem sabe, mas seguir em frente.

E, depois de tudo, não esquecer de olhar para os que permanecem desamparados, sem teto, sem pão.

Estender a mão a quem padece nos dirá, com todas as letras, que aprendemos a lição que a janela de trás nos oportunizou, um dia.