Ao mesmo tempo que provocou sofrimentos, a pandemia também destacou a importância e a necessidade da tecnologia para superar dificuldades. Revisão de processos, adaptações e, principalmente, o uso da internet foram algumas das estratégias utilizadas para tentar superar as dificuldades em tempos de restrições.
Neste contexto, ganhou ainda mais importância equipamentos como o Parque Tecnológico de Santos, que tem como objetivo ser um ambiente para o desenvolvimento de ideias inovadoras e colaborativas.
O presidente da Fundação Parque Tecnológico de Santos, Rogério Vilani, lamenta que a pandemia prejudicou o processo de implantação do projeto. “O Parque Tecnológico é feito para provocar aglomeração, é esta interação que permite uma relação de ganha-ganha, um aprender com o problema do outro, fora a questão do networking, que fica muito comprometida neste cenário virtual. A gente não vê a hora de poder promover interação aqui, as cabeças pensarem e interagirem de forma presencial”, explica.
Por outro lado, a pandemia acelerou o processo de digitalização do trabalho e das empresas. “Até as empresas mais tradicionais precisam ter acesso a esta cultura digital, mesmo que seu produto não seja digital”, destaca.
Um local para “provocar aglomeração”
Instalado em um edifício de sete andares, com 7,2 mil m² de área construída, o Parque Tecnológico busca oferecer a infraestrutura para profissionais de tecnologia desenvolverem projetos inovadores, em sistema de colaboração e apoio de entidades universitárias e de fomento. Segundo Vilani, a ideia é ter um “hub de inovação”, reunindo todos os atores desta comunidade empreendedora e tecnológica: empreendedores de start-ups, empresas já consolidadas, a comunidade acadêmica e investidores que acreditem nos projetos.
O Parque Tecnológico reserva espaço para pequenas empresas que estão iniciando a desenvolver um modelo de negócio, em sistema de coworking (compartilhamento do mesmo espaço físico), local para eventos (cursos e palestras) e também salas privativas.
A própria arquitetura do edifício indica a preocupação com a sustentabilidade: há sistema de captação de água da chuva e layout que permite ampla iluminação natural e circulação do ar.
O parque tecnológico tem um conselho técnico com a participação de 13 instituições de ensino da região e parceria com instituições do Sistema S (Sesi, Sesc, Senai, Senac e Sebrae).
Benefícios para a cidade
Segundo Vilani, não apenas os empreendedores diretamente envolvidos ganharão, mas também a cidade. Ele destaca o surgimento de novas empresas, a qualificação de profissionais e o desenvolvimento de soluções de problemas.
Parceria com a Amazon
Vilani ressalta a parceria com a Web Service, uma divisão da Amazon que atua na internet. “O programa WS Academy faz a ponte entre a área educacional e o mercado de trabalho. A WS treina os educadores para que eles estejam habilitados a multiplicar esta informação, que é como utilizar os serviços de nuvem e disseminar isso para alunos”, explica.
O presidente da Fundação Parque Tecnológico acrescenta que existe um vácuo no mercado: ao mesmo tempo que há desemprego, sobram vagas para profissionais de tecnologia, justamente por não haver pessoas suficientemente qualificadas para estes trabalhos. “A grande sacada deste programa é aproximar estes dois pontos”, completa.
Vilani explica que os serviços de nuvem não se restringem à armazenagem de dados. “Hoje a gente pode usar também processamento, montar um laboratório de inteligência artificial. Esses recursos podem ser utilizados por nosso incubados”.