Viúva Negra foi apresentada pela primeira vez ao público no longa Homem de Ferro 2, de 2010. De lá pra cá, Scarlett Johansson transformou a personagem de uma simples coadjuvante, para um dos mais importantes e queridos do Universo MARVEL. Demorou bastante para que o gigante estúdio desse a oportunidade para um filme solo de Natasha Romanoff e, sem dúvidas, ela merecia algo melhor. Infelizmente, Viúva Negra chega muito tarde e não estou falando dos diversos adiamentos devido a pandemia, mas devido aos eventos dos últimos filmes dos Vingadores, que não favoreceu a equipe criativa para criar uma história que explorasse todo o potencial da personagem. No fim, Viúva Negra não passa de uma produção perdida no tempo, repleta de um duvidoso e inchado CGI e com pouquíssimas boas idéias.
No novo filme da Marvel Studios, "Viúva Negra", Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) precisa confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, Natasha terá que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores. O filme é dirigido pela diretora Cate Shortland, que se enquadra na linha da MARVEL quanto à escolha de cineastas independentes e com sua experiência em histórias mais intimistas, ela tinha nas mãos um material delicado para desenvolver. A história se passa logo após os acontecimentos finais de Capitão América: Guerra Civil, uma decisão interessante mas que escancara a confusão da produção. Pelo fato da narrativa se situar nesse espaço de tempo e pelo público já saber o que acontecerá com a personagem, nada do que acontece nesse período importa ou é relevante. Existe uma falta de sintonia entre roteiro e direção, onde juntos, tentam explorar as ações do passado da heroína e suas consequências, seu relacionamento conturbado com a família postiça e a busca por redenção pelos erros cometidos, porém nada disso tem força. No começo, até imaginei que a diretora exploraria o lado emocional da personagem de Johansson, mas a "fórmula MARVEL" toma conta do filme.
Aqui, vemos um roteiro pretensioso, personagens secundários irrelevantes e um vilão completamente genérico. Tudo se desenrola de forma desorganizada, sem preocupação com o ritmo ou coerência, para que no fim, tudo finalize com uma cena de ação grandiosa. E por falar nas cenas de ação, nem elas se salvam. Pela primeira vez na história da produtora, temos um filme de herói sem super poderes ou tecnologias, o que daria espaço para uma infinidade de possibilidades que poderiam beber na mesma fonte de um John Wick, 007 ou até Missão: Impossível. Porém, o filme decide seguir o caminho mais genérico possível, como a confusa cena da fuga da prisão russa ou a sequencia final que se passa na Sala Vermelha, uma instalação acima das nuvens, onde nem mesmo os efeitos visuais se salvam.
O melhor atributo do filme vai para as ótimas performances de um bom elenco, principalmente Florence Pugh e David Harbour. A jovem atriz, que é uma das grandes promessas de Hollywood, é bastante convincente e todas as vezes que aparece rouba a cena. Já o ator, mais conhecido pelo xerife de Stranger Things, possui um carisma contagiante com seu Guardião Vermelho. Scarlett Johansson, por sua vez, traz uma performance mais introspectiva e deu para perceber o desgaste da atriz ao viver a Vingadora em seu último filme.
Viúva Negra tem um compilado de idéias mal aproveitadas e fica a sensação de uma produção feita nas coxas. Parece que serviu apenas para cumprir tabela e feito exclusivamente para fins comerciais da MARVEL, usando de sua mesma fórmula já saturada, mas que aparenta ainda agradar ao grande público, por enquanto.
Curiosidades: "Viúva Negra" é o primeiro filme da fase quatro do Universo Cinematográfico Marvel.