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Khaórdica

08/06/2021
Khaórdica | Jornal da Orla

Em meio a tantas correntes de informação e eventos dissonantes, surge o conceito de Khaórdika, criado por Peter Senge, para definir a ordem em meio ao caos. Para entender melhor, vejamos, enquanto estamos vivendo uma pandemia mortal, o que demandaria maiores cuidados e investimentos em saúde, assistimos a embates políticos econômicos que, em detrimento da ciência, acabam provocando um desastre sem proporções na história. Por outro lado, assistimos a luta de pessoas e entidades que buscam minimizar o sofrimento e as necessidades dos menos favorecidos, logrando êxito em conseguir alimentos, roupas e um pouco de conforto para os menos assistidos, o que se configura ordem e busca de equilíbrio em meio ao caos.

Um outro fator a ser destacado é que, em meio ao desemprego gigante que estamos vivendo, estão surgindo novos empreendedores que, por diversos motivos, resolvem lançar seus serviços ou produtos apesar das perspectivas lançadas pela mídia, que o tempo todo lança nuvens escuras sobre o futuro do país. Outro dado a ser observado, estamos lançando “startups” em uma quantidade fantástica, mostrando que existe sim uma grande possibilidade de crescimento de mercados que, até recentemente se encontravam paralisados.

O espírito de khaórdika em move, pois, nele existe o desafio, o inesperado, a mudança, conforme Disney já dizia: eu acredito no impossível, pois é lá que as coisas acontecem. Eu também tenho plena confiança de que estamos vivendo um período desafiador, inusitado, que é ao mesmo tempo assustador, rico em novas perspectivas, transformador de ideias e conhecimentos, aniquilador, mas que está trazendo questionamentos importantes para a humanidade, que por sinal, poderá não ser a mesma nos próximos anos.

Como país, temos questões importantes a serem discutidas, muitas delas deixadas embaixo do tapete durante anos e que agora, surgem assustadoramente à nossa frente, entre elas, destaco os investimentos preventivos em saúde, saneamento, geração de emprego e renda através da capacitação voltada a um mercado inovador e emergente, a mudança das metodologias de ensino através da inserção de novos conhecimentos na formação de professores e consequentemente de alunos, investimentos adequados em infraestrutura em todos os segmentos e o principal de todos, o despertar da consciência de que somos uma nação maior do que os problemas que nos afligem.

Nos dias atuais ainda travamos um embate contra o descrédito e a corrupção sistêmica que perpassa todos os poderes e segmentos, confundindo nossa percepção de valores, corrompendo nossos pilares básicos voltados à formação de nossa juventude. Creio que, podemos sim, gradativamente vencer esta batalha desonrosa, o caminho é árduo, muitas pedras surgirão no caminho, mas precisamos nos libertar das “pseudo benesses governamentais”, dos “falsos salvadores da pátria”, da “mídia engajada”, que só nos trazem dificuldades e tentando nos oferecer facilidades. Não existe solução mágica, existe sim o diálogo franco, a troca de ideias concretas, a formação de uma consciência isenta de abranja uma visão a médio e longa prazo em relação aos problemas que enfrentamos. Estas soluções passam pelo critério das urnas, pois, um país que quer mudanças não pode viver do passado ou do falsas promessas e soluções contraditórias.

 

* Djalma Moraes é professor, escritor, consultor na área de RH e membro da ABRH – Associação Brasileira de Recursos Humanos – Regional Baixada Santista. Site www.mqs.com.br, e-mail [email protected]