A atenção à próstata é uma das principais orientações médicas quanto à saúde do homem. Apesar de o assunto ser sempre lembrado, nem todos fazem exames preventivos. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que durante o triênio 2020-2022, surjam 65.840 novos casos de câncer de próstata em cada um dos anos.
Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) apontam que a realização do exame de dosagem de Antígeno Prostático Específico (PSA) no país teve queda de 34,4% entre janeiro e agosto de 2020, em relação ao mesmo período de 2019. Acredita-se que a pandemia de Covid-19 tenha reduzido a procura.
Glândula é parte do sistema reprodutor
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino e fica entre o pênis e bexiga. Ela produz um líquido alcalino que faz parte do sêmen, protegendo e nutrindo os espermatozoides, inclusive no corpo da mulher.
O órgão costuma ter o tamanho médio de uma noz, podendo ser maior em homens mais velhos. Muitos problemas surgem com a idade e, se identificados com antecedência, aumentam-se as chances de melhor resposta ao tratamento.
Consultas ao urologista e exames preventivos são essenciais para o diagnóstico precoce. Além do toque retal, devem ser observados os índices de PSA no organismo.
PSA Total e PSA Livre
O PSA é uma proteína produzida pela próstata que está presente na corrente sanguínea. Alterações podem indicar problemas no órgão. O médico responsável pelo caso solicita os exames conforme a necessidade.
O PSA Total verifica a quantidade de PSA presente no sangue. Pacientes saudáveis com menor de 65 anos costumam ter PSA total inferior a 2,5 ng/ml. Em idosos com mais de 65, o índice deve ser menor que 4 ng/mg.
Quando o resultado está acima da normalidade, o urologista solicita o PSA Livre, que mede a quantidade da proteína que circula solta no sangue.
A partir da relação entre os dois resultados, é verificada se a alteração na próstata é benigna ou maligna. Quando é superior a 15%, aponta aumento benigno da próstata. Entre as causas mais comuns, está a prostatite, uma inflamação que provoca crescimento desordenado da próstata, causando dor e desconforto. Outra possibilidade é a hiperplasia benigna da próstata, comum entre homens acima de 50 anos, a infecção urinária ou retenção urinária.
Se a alteração for menor do que 15%, a suspeita é de câncer de próstata. O passo seguinte é a biópsia, para confirmar ou não o caso e, se positivo, iniciar o tratamento.
Como há uma taxa alta de falso-positivos, muitos urologistas também solicitam o exame do Índice de Saúde da Próstata (PHI). Ele utiliza uma terceira fração do PSA para diagnóstico mais correto e redução do pedido de biópsias.
Como é feito o exame
A indicação é que seja feito ao menos uma vez por ano pelos homens a partir dos 45 anos ou, como mencionado, em caso de alteração urinária ou na próstata.
Para os exames de PSA, é retirada uma pequena amostra de sangue do paciente e enviado para análise laboratorial. É solicitado jejum de, pelo menos, quatro horas e não realizar atividades físicas nas 24h anteriores ao procedimento.
Além disso, é recomendado ao paciente não ter realizado ultrassom ou toque transretal nos sete dias anteriores; aguardar 48h após ejaculação; não ter realizado biópsia de próstata 30 dias antes; não ter andado de bicicleta, motocicleta e a cavalo nos últimos dois dias e suspender por três dias antes da coleta o uso de Biotina, bem como suplementos alimentares que a contenham na composição.
Pacientes prostatectomizados, ou seja, que tiveram a próstata retirada, podem realizar o teste sem essas restrições.