Pelo sétimo ano consecutivo será comemorado em Santos, o Dia Nacional e Municipal da Bossa Nova, sempre no dia 25 de janeiro, data que se comemora também o aniversário de nascimento de Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, maestro, arranjador, pianista, violonista, cantor, compositor e um dos fundadores do movimento.
A data comemorativa foi instituída através de Lei Federal no. 11.926, de 17 de abril de 2009. Em Santos, atendendo ao nosso pedido, o ex vereador Douglas Gonçalves foi o autor da Lei Municipal no. 2.972, de 14 de março de 2014, que inclui, no Calendário Oficial do Município, a Semana da Bossa Nova, sempre de 19 a 25 de janeiro.
A Bossa Nova teve seu marco inicial em 10 de julho de 1958, quando o cantor e violonista João Gilberto gravou o single "Chega de Saudade" – composição de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, no estúdio da gravadora Odeon, na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Alguns meses antes, o mesmo João Gilberto tinha acompanhado, com o seu violão, a cantora Elizete Cardoso em duas faixas, a mesma "Chega de Saudade" e "Outra Vez", no disco "Canção do Amor Demais", exclusivamente com as canções da dupla Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que, na época desta gravação, ainda era desconhecida. A sua inconfundível e incomparável batida sincopada, ao violão, transformou e revolucionou para sempre a música popular brasileira.
Importante destacar que em 2020, quando completa os seus joviais 62 anos de vida, o gênero continua preservado e difundido com muita força, por todas as partes do planeta. Genuinamente brasileira, a Bossa Nova é patrimônio da humanidade. Pela sua importância, características e riqueza cultural.
Para as comemorações deste ano, a iniciativa subiu mais um degrau, com a consolidação e crescimento do Rio Santos Bossa Fest, que se desenvolveu entre os dias 17 e 26 de janeiro nos palcos do Teatro do SESC, Pianacoteca Benedicto Calixto e Concha Acústica, além da exposição de fotos de Kelly Petraglia, exibição de filmes e workshops.
Foram várias as atrações musicais na simpática Pinacoteca: Julia Ferreira & Oscar Gonzalez, Letícia Caires & Gabriel Salgueiro – Eu, Tu & Ela e convidados, além de Bruno Conde & Cris Maisatto.
No dia 25 de janeiro, a partir das 19 horas, teremos no Teatro do SESC, única atividade do festival com cobrança de ingressos, com os shows do violonista, guitarrista, cantor, compositor e produtor carioca Celso Fonseca no formato intimista voz e violão e o Amilton Godoy Trio, numa homenagem ao lendário Zimbo Trio.
Já no dia 26 de janeiro, encerrando o festival e marcando as comemorações do aniversário de Santos, a partir das 17 horas, teremos o show “Samba na Bossa” liderado pelo cantor Luizinho Mastellari & convidados, na Cocha Acústica, com entrada gratuita.
Esta iniciativa em Santos possibilita que as gerações mais novas possam conhecer melhor a Bossa Nova, que atualmente passa por um natural processo de atualização da sua sonoridade.
O público vai poder ouvir as novas criações e cantar os grandes clássicos, que foram eternizados por seus maiores criadores. Provando que a Bossa Nova está revigorada.
Viva a Bossa Nova! Viva o Rio Santos Bossa Fest 2020, festival democrático e sem barreiras, acessível a todas as pessoas!
Emilio Santiago – “Bossa Nova”
Considero o cantor Emílio Santiago como um dos meus favoritos. Sou fascinado pelo seu timbre de voz e pela sua interpretação, sempre muito marcantes.
Em sua carreira lançou diversos discos maravilhosos e muito importantes, e este “Bossa Nova”, do ano de 2000 para o selo Sony Music, é um marco para mim.
Um trabalho de extrema elegância, completo e cheio de convidados de peso.
Destaque para os geniais Cristovão Bastos, Leandro Braga, Jota Moraes, João Donato e Marcos Valle nos arranjos e pianos, João Lyra no violão e o surpreendente Vittor Santos no trombone, além de uma afinada orquestra de cordas, que deram um colorido musical todo especial ao trabalho.
Emílio Santiago gravou quase tudo da nossa MPB e até vários boleros inesquecíveis, mostrando todo seu talento e versatilidade.
Este trabalho marcou, pela primeira vez, a gravação de um disco com repertório específico de Bossa Nova. Não tinha como dar errado.
Bossas tradicionais, algumas menos conhecidas e algumas mais novas compuseram as canções escolhidas.
Destaco os clássicos “Corcovado”, “Garota de Ipanema”, “Insensatez” e “Rio”, que não poderiam faltar. Merecem também destaque as mais recentes, “Doce Viver” e “Bateu para Trás”, que são de arrepiar.
O formato deu tão certo que ganhou também uma versão em DVD, em um show repleto de glamour gravado ao vivo no Copacabana Palace, ao lado de diversos convidados, a maioria deles, que participou das gravações em estúdio.
Um grande marco em sua vitoriosa carreira. E é impressionante constatar a grande falta que ele faz nos dias de hoje. Sua voz é insubstituível.
DVD Marcos Valle & Stacey Kent – “Live at Birdland – NYC”
A Rádio JO/DIGITAL JAZZ esteve presente no ano de 2016 na cidade do Rio de Janeiro, na belíssima casa de shows Vivo Rio, que ficou lotada e repleta de grandes artistas da nossa MPB, na noite de lançamento deste histórico DVD.
Lá estavam Danilo Caymmi, Celso Fonseca, Miúcha, Leila Pinheiro, Nelson Faria, Joyce e Tuty Moreno, Patrícia Alvi entre tantos outros nomes importantes.
O DVD chegou ao mercado no formato físico pelo selo Sony Music e posso garantir que se trata de um dos mais importantes lançamentos dos últimos tempos do mercado fonográfico brasileiro. Pela sua qualidade, beleza na apresentação e conteúdo musical.
O registro triplo traz um DVD com 18 faixas que apresenta o show realizado em dezembro de 2014 na mítica casa de Jazz de Nova York, o Birdland, dirigida por Gianni Valenti. Traz também outro DVD com um documentário especial “From Tokio To New York”, gravado no Blue Note Tóquio em abril de 2014 e, no Birdland em Nova York, em dezembro de 2014, dirigido por Charles Gavin e também um CD de áudio com 15 faixas, uma delas gravada em estúdio.
Outro ponto importante deste lançamento é a apresentação do tema “Amando Demais”, que marcou a parceria inédita de Marcos Valle com o poetinha Vinicius de Moraes, que só foi possível, graças a um belo gesto do seu padrinho Carlos Lyra, que lhe entregou em 2013, ano do centenário de nascimento de Vinicius, uma letra inédita datada de 1967.
Destaque para a participação especial do saxofonista tenor Jim Tomlinson, marido de Stacey Kent, que considero um dos sopros mais vigorosos da atualidade, lembrando muito a sonoridade dos grandes tenoristas da História do Jazz, como Stan Getz.
A banda incrível que acompanhou Valle & Kent merece destaque também: Jessé Sadoc no trompete, flugelhorn e inspirados arranjos dos metais, Marcelo Martins no sax tenor e flauta, Luiz Brasil na guitarra, Alberto Continentino no contrabaixo e Renato “Massa” Calmon na bateria.
Foi muito bonito e emocionante sentir ao vivo a cumplicidade e admiração entre Marcos Valle & Stacey Kent. Eles se completam a cada acorde, a cada nota, a cada olhar.