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Paulo Costta – Hobalala – Tributo à João Gilberto

02/11/2019
Paulo Costta – Hobalala – Tributo à João Gilberto | Jornal da Orla

Os festivais Rio Santos Bossa Fest e Rio Santos Jazz Fest novamente alcançam novas fronteiras e estarão levando as suas marcas para fora dos limites da cidade de Santos.

 

No próximo dia 05 de novembro, terça-feira, 21h00, na cidade de São Paulo, estaremos aterrissando no templo da música da capital e do Brasil, Bourbon Street Music Club.

 

Neste local importantíssimo para a propagação da boa música, teremos a apresentação de estreia do espetáculo “Hobalala – Tributo à João Gilberto”, com o violonista e cantor Paulo Costta & Banda, ele que é considerado oficialmente o Embaixador do Bossa Nova na França, título reconhecido pela Unesco e pelo Ministério da Cultura da França.

 

Paulo Costta é um dos mais respeitados artistas brasileiros em toda Europa, responsável por feitos inéditos, como versões em Bossa Nova para Claude Nougaro e Henri Salvador.

 

Radicado em Paris, está no Brasil divulgando a obra e a arte do Pai da Bossa Nova, João Gilberto, estreando o show “Hobalala” com uma banda completa formada pelo contrabaixista Mauricio Biazzi, o pianista Beba Zanettini e o baterista Carneirinho.

 

Outra coincidência muito importante, é que Paulo Costta é discípulo do seu conterrâneo João Gilberto. 

 

Aos 9 anos de idade ganhou um pandeiro de Mabel Veloso, sua professora e matriarca dos Veloso.

 

Para essa estreia no Bourbon Street, Paulo Costta nos reserva uma noite de encantamento, com algumas das músicas mais cantadas por João Gilberto em um repertório de muito bom gosto, onde a plateia vai poder cantar junto e se emocionar.

 

Uma justa homenagem a João Gilberto, que sempre foi e será, a maior referência na exportação da música brasileira, um gênio reverenciado em todo mundo.

 

O espetáculo “Hobalala” traz um pouco da história do “Bruxo de Juazeiro”, como o chama carinhosamente Caetano Veloso.

 

Portanto, uma rara e única oportunidade de conferir de perto esse show que é o único Tributo à João Gilberto em circulação pelo Brasil, com a chancela do Rio Santos Bossa Fest & Rio Santos Jazz Fest.

 

Viva Paulo Costta! Viva João Gilberto! Viva a música!

 

 

João Gilberto – “Chega de Saudade”

Em 10 de julho de 1958, João Gilberto gravou o 78 rpm da gravadora Odeon, contendo de um lado, o tema "Chega de Saudade" e do outro, "Bim-Bom". E algum tempo depois outro, com mais duas músicas, "Desafinado" e "Obalala”.  

 

Meses antes, mais precisamente em abril de 1958, ele participou de forma definitiva do disco "Canção do Amor Demais", da cantora Elizete Cardoso. Ele tocou com seu violão em 2 faixas, "Chega de Saudade" e Outra Vez", apresentando sua batida característica e inigualável, quebrando definitivamente a estrutura do samba tradicional.

 

Porém, somente no mês de março do ano de 1959, João Gilberto lançou seu primeiro LP, também para o selo Odeon, "Chega de Saudade", que contou com a direção musical de Antonio Carlos Jobim e a produção de Aloysio de Oliveira. 

 

No disco foram aproveitadas as 4 gravações em 78 rpm, acrescidas de mais oito músicas, e destaco "Lobo Bobo", "Saudade fez um Samba", "Brigas Nunca Mais", "Aos Pés da Cruz" e "É Luxo Só", com a mesma levada sincopada de seu violão e com o seu estilo de cantar de forma intimista e anasalada, que marcou para sempre a sonoridade da Bossa Nova.  

 

Conta a lenda que o suéter usado por João Gilberto na foto da capa do disco era de Ronaldo Bôscoli e que nunca mais foi devolvido. Como destacou Tom Jobim: "quando João Gilberto se acompanha, o violão é ele".

 

O nosso Maestro Soberano disse mais: "um baiano Bossa Nova que influenciou toda uma geração de arranjadores, músicos e cantores". E que mudou as nossas vidas para sempre. Obrigado por tudo, João.

 

João Gilberto – “Amoroso”

 

Se você me perguntar qual o disco de João Gilberto que mais me impressionou ou marcou, responderia, sem hesitar, que é o "Amoroso", originalmente lançado no ano de 1977 e, no formato de CD, 10 anos depois pelo selo Warner Bros. 

 

Lembro-me que a primeira vez que escutei o disco, no formato "bolacha", tinha uns 13 anos de idade e sempre o escutava por várias vezes sem cansar. Primeiro o lado "A", depois o lado "B" e vice-versa. Foi um daqueles casos de amor à primeira audição. 

 

Sem dúvida, ele é um dos discos mais marcantes para ouvintes leigos como eu, e principalmente para vários músicos, que o consideram como referência, divisor de águas e muito mais. Um disco que se tornou uma obra universal. Merecidamente. 

 

Foi gravado no período em que João Gilberto ainda residia nos Estados Unidos e contou com um repertório bem eclético, que se encaixou com perfeição à voz e ao seu violão, que teve uma levada mágica, inconfundível e incomparável.  

 

Outro diferencial do disco que merece destaque, são os arranjos assinados pelo mestre Claus Ogerman, arranjador preferido de Tom Jobim), que trouxe uma ambiência musical exuberante de cordas. Sonoridade perfeita unindo uma afinada orquestra e uma cozinha jazzística com contrabaixo, teclados e bateria.  

 

E não é preciso nem dizer que João Gilberto arrebentou cantando em português, inglês, espanhol e italiano. 

 

Os temas "S'Wonderful", "Estate", "Tim-Tim por Tim-Tim", "Wave", "Triste" e "Caminhos Cruzados"são as que merecem ser ouvidas com a máxima e especial atenção.

 

Pode ser Jazz, Samba, Bossa Nova, pouco importa, apenas música feita com muito amor e talento por este gênio que revolucionou a música popular brasileira.