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Beco das Garrafas – Copacabana – RJ

05/10/2019
Beco das Garrafas – Copacabana – RJ | Jornal da Orla

No último dia 14 de setembro, na cidade do Rio de Janeiro, na Rua Duvivier, localizada no bairro de Copacabana, mais precisamente no mítico Bottle’s Bar – Beco das Garrafas tive a honra e o privilégio de levar a bandeira do Rio Santos Bossa Fest e do Rio Santos Jazz Fest, com a linda apresentação da violonista e cantora Ana Caram e do pianista Michel Freidenson.

 

Naquele local mágico e especial temos atualmente duas atrações: o já citado Bottle's Bar (que incorporou o antigo Baccará) e o Little Club, locais sagrados, onde a Bossa Nova reinou soberana entre os anos de 1958 e 1965.  

 

Depois da reabertura no reveillon de 2013/2014, numa ousada iniciativa da arrojada e batalhadora cantora e produtora Amanda Bravo (filha de Durval Ferreira) e do empresário Sérgio de Martino, o local recebeu investimento no projeto de revitalização,  na cenografia (inspirada nos  elementos peculiares da Bossa Nova), além da acústica e no som.

 

É importante destacar que o local está funcionando de segunda a segunda, trazendo de volta o merecido movimento de público e o seu merecido reconhecimento, que foi sua marca registrada, na década de 60.

 

Mais uma prova de que a Bossa Nova está mais forte e revigorada do que nunca. Não é coisa do passado, apenas de fatos e histórias contados nos livros. Ela é real, factível e está disponível a todos aqueles que querem sair do lugar comum e prestigiar a verdadeira música de qualidade, genuinamente brasileira.

 

Quando você for ao Rio de Janeiro, não deixe de visitar o Beco das Garrafas. Com certeza, você vai sair de lá embriagado pela boa música e absolutamente energizado. Afinal, você poderá entrar num verdadeiro templo sagrado, que tem no seu palco um verdadeiro altar, por onde já passaram os grandes nomes da nossa música. Impossível não se emocionar. Vida longa Beco das Garrafas!

 

 

Quatuor Ébène, Stacey Kent e Bernard Lavilliers – “Brazil”

A formação clássica de um quarteto de cordas, composta por 2 violinos, 1 viola e 1 cello, apresenta uma sonoridade incrível. E este quarteto francês consegue um algo mais.

 

Este álbum, lançado com 13 faixas pelo selo Erato/Warner Classics, é uma homenagem ao nosso país e trouxe convidados internacionais que estão muito acostumados com o nosso país e com a nossa música. Uma inspirada declaração de amor a Bossa Nova.

 

Pierre Colombet, Grabriel Le Magadure, Mathieu Herzog e Raphael Merlin, formam este quarteto afinadíssimo e tiveram o privilégio de se juntar a vários convidados especiais, como a maravilhosa e afinada cantora Stacey Kent,, o cantor francês Bernard Lavilliers, o nosso Marcos Valle, Jim Tomlinson nos saxofones tenor e soprano, Minu Cinelu na percussão, Richard Hery na bateria, Philippe Faurie e Rémi Rière na guitarra, Stéphane Logerot no contrabaixo, além de um coral com 25 vozes e uma orquestra de cordas com 14 integrantes.

 

Todos os arranjos foram escritos pelo Quatour Ébène e surpreendem pela beleza e criatividade.

 

Não deixe de ouvir o clássico da Bossa Nova "So Nice", "I Can't Help It", "The Ice Hotel" e a emocionante "Smile" na voz de Stacey Kent e o seu dueto mágico com Marcos Valle em "Águas de Março" e também "Ana Maria", "Bebê", e as cantadas por Bernard Lavilliers "O'Gringo" e "Guitar Song" . A faixa título "Brazil" encerra em grande estilo o CD.

 

E não é que deu tudo certo a mistura de todos os gêneros. Não deixe de conhecer este trabalho, que mescla a música clássica com o Jazz, Bossa Nova, Pop e o Soul, de forma suprema e absoluta.

 

Durval Ferreira – “Batida Diferente”

 

O saudoso violonista Durval Ferreira, conhecido no meio musical como “Gato” pelos seus olhos azuis, foi um dos compositores e intérpretes mais importantes da Bossa Nova.

 

Compôs uma centena de temas importantes para a Bossa Nova e, por incrível que pareça, somente no ano de 2004 conseguiu gravar seu primeiro trabalho solo, 3 anos antes do seu falecimento.

 

O nome do CD lançado pelo selo Guanabara Records, para comemorar os seus 40 anos de carreira, não poderia ser outro, “Batida Diferente”, que foi um de seus maiores sucessos.

 

E o seu envolvimento no projeto foi total. Assinou como produtor, diretor artístico, violonista, arranjador e intérprete de seu próprio trabalho. E da forma e do jeito que sempre sonhou. 

 

Sua batida no violão é marcante e está presente em todas as 13 faixas do CD, instrumentais e cantadas.

 

Não foi uma tarefa fácil definir o repertório e da mesma forma selecionar seus grandes amigos que participaram das gravações, entre eles: Leny Andrade em “Vivendo de Ilusão”, Claudio Roditi em “Batida Diferente”, o também saudoso Marcyo Montarroyos em “Chuva”, Osmar Milito em “Estamos Aí” e “Tristeza de Nós Dois”, Bebeto Castilho em “Moça Flor” e até sua filha Amanda Bravo, em “Nostalgia da Bossa”.

 

Ao ouvir “Batida Diferente” você vai sentir um delicioso sabor de nostalgia e ao mesmo tempo de modernidade.

 

Justa homenagem a este grande nome da Bossa Nova, que passou muitos anos à sombra do seu enorme talento.