No dia 10 de julho de 2013, foi gravado ao vivo na Grande Sala da Cidade das Artes, localizado na Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, a última apresentação da turnê itinerante, que percorreu 9 cidades brasileiras, com o belíssimo Tributo a Tom Jobim na 24ª Edição do Prêmio da Música Brasileira.
Um encontro marcante dos cantores João Bosco, Zélia Duncan, Adriana Calcanhotto, Zé Renato e Roberta Sá, que fez nascer este belo DVD com 24 faixas, lançado pelo selo Universal Music, com as grandes músicas compostas pelo nosso maestro soberano.
O show contou com direção geral do empresário José Mauricio Machline, também responsável pela criação deste importante prêmio da nossa música.
A banda base foi formada pelos músicos Jaques Morelembaum no cello, João Carlos Coutinho no piano, Lula Galvão no violão, Jorge Helder no contrabaixo, Carlos Malta na flauta, Rafael Barata na bateria e Marcelo Costa na percussão. A apresentação ficou a cargo do ator Murilo Rosa.
E uma coincidência histórica muito interessante merece ser destacada. Em 10 de julho de 1958, ou seja, 55 anos antes, contados daquele dia da gravação do DVD em 2013, a cantora Elizeth Cardoso lançava o disco “Canção do Amor Demais”, com músicas de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, marco importante para a Bossa Nova. Afinal, naquelas gravações, participou o genial violonista João Gilberto, nos apresentando, pela primeira vez, a batida diferente e arrasadora do seu violão, que virou marca registrada do gênero, que nasceu como uma nova forma de execução do samba, lhe dando uma nova roupagem.
Chegar à lista final das 24 faixas escolhidas para o projeto, com certeza, não deve ter sido tarefa fácil para o diretor geral e para os cantores, afinal, a obra de Tom Jobim, pelo seu absoluto nível de excelência, é absurdamente diversificada e qualificada.
Destaco “Corcovado” e “Eu Sei que Vou Te Amar” com Adriana Calcanhotto, “Garota de Ipanema” e “Samba do Avião” com Zé Renato, “Você Vai Ver” e “Brigas Nunca Mais” com Roberta Sá, “Desafinado” e “Triste” com Zélia Duncan, “Águas de Março” e “Chega de Saudade” com João Bosco e os duetos em “Tereza da Praia” com João Bosco e Zé Renato, “Eu Te Amo” com Roberta Sá e Zé Renato e “Outra Vez” com Adriana Calcanhotto e Zélia Duncan. E, para encerrar de forma emocionante o show, o encontro no palco dos 5 cantores em “Se Todos Fossem Iguais A Você”.
Com certeza, o homenageado Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, esteve lá presente de uma forma muito especial. Viva a Música Popular Brasileira. Viva Tom Jobim, nosso eterno maestro.
Roberto Menescal & Andrea Amorimi – “Bossa de Alma Nova”
Com texturas, arranjos e sonoridades revigorados, o encontro do violonista, guitarrista e produtor Roberto Menescal com a cantora pernambucana Andrea Amorim, ganhou status de uma agradável novidade. E também marcou as comemorações do 75º Aniversário deste grande nome da Bossa Nova, no ano de 2012.
Prova de que a Bossa Nova não parou no tempo e, desde que respeitada a sua essência, pode e deve nos oferecer novas gravações do seus temas principais, em sua maioria compostos nas décadas de 50 e 60, como também as composições mais recentes, sempre muito bem-vindas.
A ex roqueira da cidade de Garanhuns se apaixonou pela Bossa Nova quando fez uma excursão com Menescal para o Japão, onde pode sentir, na pele e no coração, o amor dos japoneses pela nossa música, por vezes, até maior do que aquele que sentimos por aqui, curiosamente.
E como tem sido feito com vários lançamentos do mercado da Bossa Nova, o CD primeiro foi lançado no exterior e depois por aqui pelo selo Albatroz, de propriedade do próprio Menescal em parceria com o produtor e músico Raymundo Bittencourt.
Destaco as regravações dos clássicos “Rio”, “A Morte De Um Deus Sal”, “Vagamente”, “Vai de Vez”, “Você” ,“O Barquinho”, “Nós e o Mar”, “Bye Bye Brasil” e as mais novas “Agarradinhos”, “Solidão Nunca Mais”, “Eu Canto Meu Blues” e a surpreendente “P'rú Zé”, com um “vocalize” de ambos, sensacional.
A banda base foi formada por Marcio Menescal no contrabaixo, Reginaldo Vargas na percussão, Raymundo Bittencourt na bateria.
Para os puristas e mais radicais fica a prova de que a Bossa Nova não parou no tempo e está dando provas do seu vigor renovado.
Paquito D!Rivera & Trio Corrente – “Song For Maura”
O clarinetista e saxofonista cubano radicado nos Estados Unidos, Paquito D'Rivera, teve a feliz ideia de chamar os meninos prodígios do Trio Corrente, formado por Fábio Torres no piano, Paulo Paulelli no contrabaixo e Edu Ribeiro na bateria e, mais uma vez, expressou seu amor pela música do Brasil. Ele já havia feito isso em lançamentos anteriores da sua vitoriosa carreira.
A boa notícia é que o CD “Song For Maura”, uma homenagem póstuma à mãe do músico cubano, produzido pela competente e arrojada dupla Jacques Figueiras (grande responsável por este encontro) e Brenda Feliciano, foi premiado merecidamente com o Grammy, na categoria de Melhor Álbum de Jazz Latino.
O repertório fugiu do lugar comum e traz composições não muito conhecidas de nomes brasileiros, como Pixinguinha, e apresenta uma mescla do tempero bem brasileiro do Choro, Samba, Baião e um pouco de Bossa Nova, incorporados ao irresistível molho do Jazz. Mistura bem equilibrada e extremamente agradável de se ouvir.
Meus destaques ficam para “Chorinho Pra Você”, “Sonoroso”, “For Leny”, “Murmurando”, “Céu e Mar”, “Paquito”, “Tem Dó”, “Cebola No Frevo” e a belíssima faixa título “Song For Maura”.
Tenho a honra de acompanhar, desde o princípio da carreira, o trabalho desses músicos maravilhosos (parceria que já dura mais de 20 anos) e, a partir desta cobiçada premiação, o grupo entra num seleto grupo de artistas premiados do Brasil.
O Trio Corrente conseguiu demonstrar de forma clara, que o improviso do Jazz pode muito bem se harmonizar com a música brasileira, e a reunião com o músico Paquito D' Rivera foi simplesmente perfeita.
Orgulho para nós brasileiros e um alento para a Música Instrumental do nosso país.