Comportamento

Por que as pessoas fumam?

01/06/2019
Por que as pessoas fumam? | Jornal da Orla

Depois do café, do sexo ou de outro pretexto qualquer, a pessoa acende o cigarro e traga. A fumaça vai imediatamente para os pulmões e substâncias nela contidas, como a nicotina, caem na corrente sanguínea. Em sete segundos, no máximo 19, ela chega ao cérebro. O resultado é a sensação de extremo prazer, relaxamento, alegria. 

 

Por mais que o fumante saiba os prejuízos provocados pelo cigarro, ele sofre para largar o vício justamente pela sensação de bem-estar que também proporciona. E, quando ela acaba, impulsiona a pessoa a acender mais um, para que o sentimento volte.

 

Tempestades no cérebro

O sistema nervoso possui células especiais chamadas transportadoras, que levam hormônios e neurotransmissores para locais específicos no cérebro. Esses elementos, que têm o poder de excitar ou relaxar, constituem as respostas naturais que damos aos estímulos do meio ambiente. 

 

Numa situação de perigo, por exemplo, as células transportadoras carregam noradrenalina (a popular adrenalina) para o cérebro, acionando um estado de alerta ou irritação. Neste momento, todas as células do corpo “despertam” e o organismo fica preparado para lutar ou fugir, conforme a necessidade da situação.

 

O tabaco é rico em nicotina, que estimula a produção de dopamina, um dos maiores mediadores químicos das células, que atua nos centros de prazer do cérebro. Sem a nicotina, o cérebro recebe menos dopamina.

 

Para compensar, o organismo produz mais noradrenalina. É por isso que a pessoa fica irritada quando fica sem de fumar – é a crise de abstinência. 

 

Assim, o vício em tabaco é uma questão bioquímica, mas a dependência pode ser mais intensa de acordo com fatores psicologicos fatores psicológicos. 

 

Danos em série

Evidente que a nicotina cobra um preço por esta sensação de prazer. Milhares de substâncias também são introduzidas no organismo, provocando os mais variados danos. Provoca vasoconstrição (redução do diâmetro) e endurecimento dos vasos sanguíneos, o que faz aumentar a pressão arterial. 

 

Além disso, a nicotina causa mutações no DNA das células, que passam a se reproduzir de forma deficiente ou desordenada — é o câncer.

 

Substância presente no tabaco, o alcatrão é um resíduo altamente tóxico, cancerígeno e de cor negra (por isso, o pulmão de quem fuma fica escuro).

 

Ao queimar, o cigarro também libera monóxido de carbono, que diminui a concentração de oxigênio no sangue. Este gás se junta à hemoglobina e impede o transporte de oxigênio para todo o corpo. Pode até causar a morte por asfixia (falta de ar).

 

Outra substância presente é o acetato de chumbo, que além de ser altamente tóxico, tem o agravante de nunca ser eliminado pelo organismo. Após anos de consumo, pode provocar danos ao cérebro e também contribui para o desenvolvimento do câncer.

 

Já a amônia tem efeito corrosivo nas mucosas. A naftalina, utilizada para matar baratas, também está presente no cigarro. 

 

Estrago começa pela boca

A saúde bucal também é prejudicada pelo hábito de fumar. Cáries e mau hálito são os primeiros problemas a aparecer. Como são mais de 4 mil substâncias ingeridas e que passam pela cavidade oral, elas ficam presas em toda a região da boca, causando halitose (mau hálito). E não adianta escovar. 

 

A nicotina atinge diretamente o esmalte dentário, provocando uma coloração mais escura. A gengiva também é afetada nesse processo, onde em casos extremos, pode levar à doença periodontal, que é uma infecção que prejudica tanto a gengiva quanto os ossos que sustentam os dentes, e o paciente pode correr o risco até de perdê-los.

 

Foto: free stock image bank