O atestado de óbito do prestígio que o programa Roda Vida, da TV Cultura, teve num passado cada vez mais distante foi apresentado na segunda-feira (25), com a entrevista de Manuela D´Ávila, pré-candidata do PCdoB à Presidência da República.
Na verdade, é generosidade classificar como “entrevista”: nos 80 minutos do programa, a convidada foi interrompida nada menos que 62 vezes e não conseguia concluir seus raciocínios. O tom inquisitório foi adotado por todos os perguntadores, sem exceção. Entre eles, foi escalado Frederico D’Ávila, que é um dos coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro. Agressivo, preferiu confrontar as próprias opiniões com as da entrevistada.
Ao optar pela truculência, o programa perdeu a oportunidade de esclarecer o que os comunistas brasileiros pensam para o Brasil -até para apontar eventuais incoerências. Pode-se discordar das opiniões de Manuela D´Ávila, mas é preciso garantir o direito de ela emiti-las.
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