Na semana passada, foi a transferência milionária do zagueiro holandês Van Djck, contratado pelo Liverpool ao Southampton, ambos ingleses, por inacreditáveis 84 milhões de euros (R$ 331,5 milhões).
Nesta semana, o brasileiro Philippe Coutinho se transferiu do Liverpool ao Barcelona por alguma coisa entre 130 e 160 milhões de euros, concretizando a segunda maior negociação do futebol mundial, atrás apenas da de outro brasileiro, Neymar, do Barcelona para o Paris Saint Germain.
Nos dois casos, estrelas substituídas. Uma boa parte da montanha de dinheiro de uma venda é aplicada numa tentativa de peça de reposição (quase) à altura da que saiu. No caso do Liverpool, o zagueiro foi contratado um pouco antes da saída de Coutinho.
Já no caso do Barcelona, convém lembrar que na saída de Neymar, na janela do meio do ano passado, o clube catalão já havia contratado imediatamente o atacante francês Dembélé, também por mais de 100 milhões de euros. Dembélé anda sumido do noticiário em função de 4 meses de recuperação de uma lesão.
A comparação com o futebol brasileiro choca. O Fluminense utilizou o dinheiro da venda de Wendell para o português Sporting para quitar salários atrasados que provocaram a tentativa até agora frustrada de rescisão de contrato da estrela do time e ídolo da torcida: Scarpa. Uma parte dos salários atrasados…
O São Paulo, que negociou Lucas Pratto para o argentino River Plate recebendo 8,5 milhões de euros dos 11,5 do total do negócio, anunciou a contratação do veterano Diego Souza (selecionável) por R$ 10 milhões, pouco mais de 2 milhões de euros.
Assim vai sendo montada a temporada do futebol brasileiro: veteranos e atletas de segunda linha de outros países sul-americanos, os que não conseguiram ir para a Europa.
Com os cofres vazios, na contramão desse cenário, o Santos tem uma chance de acertar novamente na loteria. Se revelar uma safra de jogadores talentosos, que consigam complementar a boa base do time, pode fazer uma temporada entre razoável e brilhante.
Isso por três motivos:
1. Tem tradição de montar equipes vencedoras a partir de atletas formados nas divisões de base.
2. Contratou um treinador, Jair Ventura, que parece ter jeito para fazer esse tipo de trabalho, além de ter mostrado saber montar um time compacto e competitivo.
3. Vai enfrentar adversários, com exceção de Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro, com elencos remendados. O Palmeiras corre de novo o risco, como no ano passado, de montar um time cheio de egos inflados e um treinador ainda inexperiente e com dificuldade de lidar com eles.
O futebol brasileiro ficou muito para trás. Não há justificativa para isso, diante da dimensão da economia e do mercado publicitário do país. Os clubes grandes do país poderiam estar ombreados com os da Espanha, Inglaterra, Itália, França e Alemanha. O pior é que não se vê, na cartolagem, nenhuma iniciativa para resgatar a antiga grandeza, a antiga qualidade. Os dirigentes parecem cracas de corrupção e incompetência grudadas nos cascos dos clubes e federações e conformados com a situação. Nada se pode espera deles.
E, como já dizia o Barão de Itararé:
“De onde menos se espera, daí é que não sai mesmo nada.”
Curioso
Depois de uma votação que computou cerca de 8,8 milhões de votos, a UEFA divulgou a seleção de melhores jogadores de 2017. Os brasileiros Daniel Alves e Marcelo estão presentes. Messi e Cristiano Ronaldo têm a companhia dos belgas Hazard e De Bruyne no quarteto ofensivo. A curiosidade da seleção é a ausência dos cinco jogadores mais caros do mundo: Neymar, Coutinho, Dembelé, Pogba e Bale.