Muitos torcedores do Santos consideram o ataque atual (Copete/Ricardo Oliveira/Bruno Henrique) o pior da história do clube, pelo menos em campeonatos brasileiros. Os números dão razão a esses torcedores.
Nas 28 rodadas do Brasileiro até segunda-feira, dia 16, o Santos marcou 30 gols. Média de 1,07 gols/jogo. Ao lado do Vasco, o Peixe tem o 5o pior ataque do Campeonato. Só ganha dos 4 clubes na zona do rebaixamento: Ponte Preta (29), Coritiba (27), Avaí (18) e Atlético Goianiense (28).
Desde 2003, início da era de pontos corridos do Campeonato Brasileiro, a pior média de artilharia do Santos estava em 2014: 42 gols em 38 jogos, média de 1,11 gols/jogo. Foi o ano de Leandro Damião, contratação considerada como a mais fracassada desse período.
Um conjunto de contratações fracassadas, aliás, constitui um dos fatores desse péssimo desempenho do ataque santista: Kayke e Vladimir Hernandez, atacantes contratados para essa temporada, não conseguiram se firmar como titulares. Copete tem errado sistematicamente passes simples e mesmo Bruno Henrique, o artilheiro e melhor atacante da equipe neste ano, tem bom desempenho no contra-ataque mas não tem a mesma eficiência quando é necessário envolver a defesa adversária no toque de bola.
Vale lembrar que a equipe não pode contar, por lesão, com Vitor Bueno, 10 gols no Brasileiro/2016.
Os torcedores com mais de 50 anos costumam citar o ataque de 1977, que tinha a dupla Toinzinho-Totonho, como referência de péssima qualidade. Mas a média desse ataque no Brasileiro daquele ano, em que o Santos ficou na 21a colocação entre 62 participantes, é melhor que a atual: 1,17; com 21 gols em 18 jogos.
Em 2008, quando o Peixe lutou até a última rodada contra o rebaixamento (ficou em 15o, um ponto acima do Figueirense, rebaixado), o ataque marcou 44 gols em 38 jogos, média de 1,16 gols/jogo. Kleber Pereira, com 21 gols, foi o artilheiro do Campeonato naquele ano.
Também vale lembrar que o esquema de jogo neste ano é mais defensivo do que em outras temporadas. Tanto que a defesa tem, nesta edição do Brasileiro, o melhor desempenho santista nesse período de pontos corridos, desde 2003. Isso tem garantido a boa colocação do Santos na tabela: apenas 19 gols sofridos nas 28 rodadas. Média de 0,68 gols/jogo.
Isso, entretanto, não ameniza a irritação do torcedor, acostumado com o que se convencionou chamar de "DNA ofensivo" do futebol do Santos.
Um clima de decepção, aliás, estava instalado entre os torcedores do Santos nesta semana. Isso até quinta-feira à tarde, antes do jogo contra o Sport, em Recife, quando este texto foi escrito. O motivo, a péssima exibição do time, no Pacaembu, na segunda-feira, no empate por 2 x 2 contra o Vitória. O torcedor esperava uma arrancada santista em perseguição ao líder Corinthians. E viu uma equipe apática, em boa parte do tempo, e envolvida pelo toque de bola dos baianos, que lutam contra o rebaixamento.
Será que essa arrancada e uma reação desses atacantes ainda podem acontecer?
Problema à vista
Crescem as notícias de que Lucas Lima já teria acertado com o Palmeiras, caso decida ficar no Brasil no final do ano. O GloboEsporte.com apurou e publicou que o meia já acertou até tempo de contrato e salários com o rival do Santos. Por enquanto, o camisa 10 não se pronunciou sobre o assunto e isso tem irritado a torcida santista, aumentando a insatisfação com as últimas atuações com pouca vontade. Se essa combinação (notícias, omissão e fraco desempenho) continuar, o clima vai ficar insustentável para o meia na Vila Belmiro.
Caiu nas graças
Paulinho chegou ao Barcelona com muita desconfiança, principalmente pelo alto valor do investimento (40 milhões de euros, R$ 150 milhões). Foram necessárias 10 partidas para acabar de vez com os questionamentos. Apesar de ainda não ser titular, o volante se firmou, já ganhou espaço e até marcou dois gols. Em ótima atuação nesta semana pela Champions, ele efetuou 114 passes e teve um índice de 97% de acerto. Sobraram elogios nas redes sociais.
Em risco
A primeira metade da fase de grupo da Champions terminou e tem clube grande que corre sério risco de não classificar para a segunda fase. Acostumado a brigar, o Atlético de Madrid tem apenas dois pontos no grupo que tem Chelsea e Roma, sem ter conseguido ganhar nem do fraquíssimo Qarabag, do Azerbaijão. Pior está a situação do Borussia Dortmund, com um ponto somado no grupo que tem Real Madrid e Tottenham, ambos com 7. Ficou difícil.