O “quase” só entra na frase porque o River Plate argentino está classificado e o Grêmio, também quadrifinalista da Copa, está na vice-liderança do Brasileiro.
O River tem o elenco avaliado como o mais caro da Libertadores (R$ 238 milhões). O segundo, o terceiro e o quarto, Atlético Mineiro (R$ 213 mi), Palmeiras (R$ 193 mi) e Flamengo (R$ 187 mi) já estão eliminados no torneio continental e fora das três primeiras posições do Brasileiro.
Santos, 6o elenco mais caro (R$ 154 milhões), Grêmio, 4o, ao lado do Flamengo, e Botafogo (R$ 96 mi), 11o, comemoraram nesta semana a classificação entre os oito finalistas da Libertadores.
O Corinthians, que no início do ano era apontado como “quarta força” paulista, em função do investimento no elenco, inferior aos do São Paulo, Palmeiras e Santos, e que não disputa a Libertadores neste ano, lidera com folga o Brasileiro.
O que terá provocado o pouco retorno do investimento de Palmeiras, Flamengo e Galo?
Uma resposta se apresenta óbvia: a pouca ou nenhuma rodagem dos treinadores escolhidos para comandar esses elencos de medalhões. Os três, por sinal, já demitidos: Roger Machado no Galo, Zé Ricardo no Flamengo e Eduardo Baptista no Palmeiras.
Quase sempre um elenco com muitas estrelas exige um treinador com experiência para administrar egos inflados. Caso contrário, a desarmonia do vestiário vai para dentro do campo de jogo.
Aí você, leitora / leitor do Jornal da Orla, pode questionar: e o Fábio Carille no Corinthians? E o Jair Ventura no Botafogo?
O elenco do Corinthians não pode ser definido, ainda, como “galáctico”. No início da temporada, alguns titulares do time atual estavam desvalorizados, como Gabriel, que saiu de graça do Palmeiras, e Romero, ironizado pelos torcedores. Outros, desacreditados, como Jô, Cássio e Marquinhos Gabriel. Muitos vinham da base, como Guilherme Arana, Maikon e Pedro Henrique. Além disso, jogadores como Jadson e Rodriguinho não tem, comportamento de estrela.
O Botafogo, zebra da Libertadores até agora, tem elenco mais modesto que o corintiano, mas com características bem parecidas.
Chances do Santos
O torcedor santista acompanhou com muita angústia o jogo de quinta-feira contra o Atlético Paranaense na Vila Belmiro. O Peixe foi dominado durante o jogo todo e só venceu graças aos milagres do goleiro Vanderlei, à sorte de uma bola na trave e de outra tirada em cima da linha do gol pelo zagueiro Lucas Veríssimo. Definiu o jogo em um único contra-ataque bem desenhado. Muito pouco. No primeiro tempo, mesmo jogando em casa, os santistas só conseguiram duas finalizações, ambas de fora da área. Mas a Libertadores é definida em confrontos do tipo mata-mata. O Santos pode chegar.
Por que tanta dificuldade do Peixe I?
A movimentação intensa e a troca precisa de passes são fundamentais no futebol atual. Na formação do Santos que entrou em campo na quinta-feira, só três jogadores conseguem fazer as duas coisas nesse momento: os laterais Zeca e Vitor Ferraz e o meia Lucas Lima. Bruno Henrique é um jogador importante mas tem outras características e Ricardo Oliveira está com a mobilidade deficiente. O time pode melhorar nesse quesito com a saída de um atacante e a colocação de mais um meia e com um segundo volante mais técnico que Alison e Yuri.
Por que tanta dificuldade do Peixe II?
O fracasso, pelo menos até agora, dos reforços contratados para essa temporada explica em boa parte a dificuldade do Santos contra uma equipe apenas mediana como a do Furacão. No lugar para o qual foi contratado o zagueiro Cléber, joga um atleta da base, Lucas Veríssimo. Onde deveria entrar Leandro Donizete, outro que veio da base, Alison. E Daniel Guedes, também da base, joga no lugar para o qual foi contratado Matheus Ribeiro. Vladimir Hernandez e Kayke também decepcionaram até agora. Só Bruno Henrique se firmou no time titular. Matheus Jesus e Nilmar ainda não estrearam.