A transferência de Neymar, do Barcelona para o Paris Saint-Germain, vai para o topo das maiores da história do futebol. Com larga margem: 222 milhões de euros. A segunda, do francês Paul Pogba, da Juventus para o Manchester United, na temporada passada, ficou em menos da metade: 105 milhões. A terceira, do galês Bale do Tottenham para o Real Madrid, em 2013, 101 milhões. O português Cristiano Ronaldo, na quarta posição da lista, foi do United para o Real em 2010 por 94 milhões de euros.
Neymar também aparece em sexto nessa lista, na temporada 2013/2014, quando se transferiu do Santos para o Barcelona: 86,2 milhões de euros. Desse total, só 17 milhões para o Peixe.
Vale a pena recordar alguns elementos dessa negociação que sempre são convenientemente esquecidos no julgamento superficial – e político – que muitas pessoas gostam de fazer dela.
O mais importante desses elementos é o comportamento do pai e agente de Neymar em todo o episódio. Ele sempre negou, em todas as entrevistas, e também para a direção do Santos, que tivesse recebido algum dinheiro do Barcelona previamente. Depois que a justiça espanhola começou a investigar a negociação, ele passou a reconhecer, em novas entrevistas, que tinha recebido 10 milhões de euros do clube espanhol em 2011, antes, inclusive, da final do Mundial de Clubes daquele ano, em que Neymar atuou pelo Santos.
O Santos tinha uma proposta muito melhor, do Real Madrid, por Neymar. Os números oferecidos pelos madrilenhos para Neymar também eram melhores do que os que o Barcelona propunha por cima do pano. Só que havia outro acerto, secreto, entre o pai de Neymar e os cartolas do Barcelona. Cartolas, aliás, que depois foram presos por conta dessa tramoia.
Todos os contratos da negociação entre Santos e Barcelona por Neymar foram apresentados em telão no Conselho do Santos pelo presidente do clube na época, Odílio Rodrigues, que respondeu a todas as questões formuladas pelos conselheiros. Uma transparência – inédita na história do Santos – que teria sido muito bem vinda em transações obscuras do passado do clube como as que envolveram, por exemplo, Cleber Santana e Rodrigo Tabata, até hoje não-esclarecidas.
A escolha é do jogador e Neymar escolheu o Barcelona na época. Certamente o acordo feito pelo pai em 2011 constituiu o fator decisivo nessa decisão.
O Santos, na gestão Luís Álvaro-Odílio, fez a clara opção de manter Neymar no elenco priorizando o desempenho do time nos campeonatos que disputava e não o lucro de uma venda. Teve sucesso absoluto nesse planejamento. Ganhou uma Libertadores, a de 2011. Para se ter uma ideia da dimensão dessa conquista, outros gigantes do futebol brasileiro, como Flamengo, Palmeiras e Corinthians, têm, na história toda, apenas uma conquista dessa Copa, que é a mais importante competição para clubes brasileiros. Nem o próprio Mundial de Clubes tem essa dimensão, organizado com a participação de clubes sem expressão de outros continentes e praticamente ignorado pelos europeus, que praticam atualmente o melhor futebol do mundo.
O abraço da torcida
A torcida tricolor, assustada com a fase terrível do clube, abraçou o time. Na quinta-feira, o São Paulo perdeu em casa para o Coritiba por 2 a 1, jogo de seis pontos na luta para se afastar da zona do rebaixamento, para onde voltou com essa derrota. O público pagante do Morumbi, 53 635 torcedores, é recorde do Brasileiro deste ano. E no final, mesmo depois da derrota, a torcida continuou aplaudindo e incentivando os jogadores.
Libertadores
O Santos embalou com Levir Culpi nas vésperas do encontro decisivo contra o Atlético Paranaense, nesta quarta-feira, na Vila Belmiro, pelas oitavas da Libertadores. Nos últimos 4 jogos, apesar da desconfiança da torcida, fez 3 a zero no Bahia, empatou com o Grêmio 1 a 1 em Porto Alegre e ganhou duas vezes do Flamengo: 4 a 2 pela Copa do Brasil, resultado insuficiente para a classificação, e 3 a 2 no Pacaembu, de virada. O Furacão também ensaia uma recuperação com o novo treinador Fabiano Soares: 1 a zero no Vasco fora de casa e 5 a zero no Avaí na Arena da Baixada.
Rodada
Antes desse confronto, o Peixe enfrenta o Avaí em Santa Catarina, no domingo às 7 da noite. O embalado Corinthians tenta esticar ainda mais a impressionante série invicta recorde contra o Sport de Vanderlei Luxemburgo, 6o colocado, no Itaquerão, amanhã, também às 7 da noite. O São Paulo faz outro jogo de seis pontos na luta para se afastar da zona da degola, contra o Bahia, em Salvador, no domingo, às 16h00. No mesmo horário, o Palmeiras recebe o Furacão em São Paulo.