Notícias

Agosto dourado estimula aleitamento materno

05/08/2017 Da Redação
Agosto dourado estimula aleitamento materno | Jornal da Orla

A partir deste ano, todo mês de agosto será dourado para a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que elegeu o período para sua campanha de estímulo ao aleitamento materno. O objetivo é sensibilizar profissionais e a população em geral para a importância do ato de amamentar, buscando o apoio e o estímulo a esse gesto.

"Convocamos os médicos brasileiros e todos que defendem uma saúde de qualidade para crianças e adolescentes a apoiarem essa iniciativa", exortou a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva. Entre as ações planejadas, a entidade fará um corpo-a-corpo, na esfera política, pedindo a criação de condições para que a mulher possa amamentar seu filho. Uma das preocupações é que sejam oferecidos ambientes adequados, em especial nos locais de trabalho.

Para a presidente do Departamento Científico de Aleitamento Maternos da SBP, dra Elsa Giuliani, nesta aliança, a presença do pediatra é fundamental, pois, com frequência, são os profissionais a quem as mães e suas famílias recorrem quando enfrentam dificuldades para iniciar e manter a amamentação. "Mas, para poder apoiar essas mães e famílias, os pediatras têm que estar preparados, o que nem sempre ocorre. Atitudes positivas, conhecimentos e habilidades relacionadas ao aleitamento materno são indispensáveis", explicou.

 

Benefícios mútuos
A Semana Mundial do Aleitamento Materno é celebrada entre os dias 1 e 7 de agosto e destaca a importância do leite materno para a saúde do bebê e, também, para a mãe. A médica Mônica Thaysa Rocha Cavalcante, do Hapvida Saúde, reforça que a amamentação traz diversos benefícios para os recém-nascidos e para as mamães, principalmente a primeira depois do nascimento da criança, que é o colostro. 

"O aleitamento adequado pode reduzir em 22% a mortalidade neonatal. Além disso, diminui os riscos de hemorragia, contrações uterinas e probabilidade de câncer de mama, ovário e endométrio da mamãe. Os cuidados com a amamentação se inicia já no pré-natal e é, por isso, que é muito importante o acompanhamento médico desde o começo da gestação", afirma a obstetra.

 

Até quando amamentar 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação é recomendada até o sexto mês de vida do bebê e, somente após esse período, outros alimentos podem ser dados, sob orientação e acompanhamento de um pediatra. Os dados dos Fundos das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também mostram que o aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida pode evitar anualmente a morte de 1,3 milhão de crianças menores de cinco anos, de países desenvolvidos.

Para as mamães de primeira viagem, esse pode ser um momento delicado e de insegurança. "Por isso, deve acontecer em um lugar confortável e tranquilo, detalhes que podem fazer total diferença e tornar esse momento ainda mais especial e de alta conexão entre mãe e filho", recomenda Mônica Cavalcante.

 

Anticoncepcional e prótese

A obstetra alerta para o uso dos anticoncepcionais, já que muitas mães têm dúvidas se podem ou não voltar a usar métodos contraceptivos após o parto. "O uso não é restrito, porém, merece atenção. Se a mãe tem insegurança com a contracepção, orientamos a utilização de anticoncepcionais orais. Dentre os métodos hormonais, dar preferência àquele que contém somente progestogênio, por sua eficácia na contracepção, sem interferir com o aleitamento materno. Também recomendamos iniciá-los a partir da sexta semana após o parto. Já os anovulatórios orais contendo estrogênios são contraindicados devido ao risco de redução da produção do leite, especialmente durante o período de amamentação exclusiva", explica.

Quanto à prótese de silicone no seio, a médica garante que em nada atrapalha o aleitamento. "Se a mãe possui este implante, engravidou e deseja amamentar, o silicone não vai impedir a produção nem a ejeção do leite. Portanto, silicone em nada atrapalha a amamentação", afirma.