Cinco anos depois, o Santos voltou a disputar a Libertadores. O ano de 2017 começou cheio de expectativas para o torcedor santista. O time não perdeu nenhum jogador importante e bastava reforçar para crescer. Tinha que reforçar. Sem Luís Felipe e Gustavo Henrique, um zagueiro era prioridade. Veio Cléber, por R$ 7,3 milhões, que perdeu espaço para o jovem Lucas Veríssimo.
Esse foi o primeiro erro nas contratações em 2017. Bruno Henrique foi o maior investimento, R$ 13,5 milhões. Tem habilidade, mas alterna jogos bons com ruins. Os outros jogadores que vieram, Matheus Ribeiro, Leandro Donizete, Vladimir Hernandez e Kayke não se firmaram e não empolgam a torcida.
Era um ano para fazer contratações importantes, que chegassem para jogar. O Santos necessitava de um meia para ajudar Lucas Lima. Tentou vários, viu até o venezuelano Guerra ir para o Palmeiras. O camisa 10 não tem substituto, muito menos um parceiro na armação. A contratação de um volante de primeira linha também era crucial. Um reserva à altura de Ricardo Oliveira idem. Kayke é esforçado, mas dá para imaginá-lo como titular?
A verdade é que essa tendência de contratações ruins é uma sina que acontece desde 2015. Poucos negócios de lá para cá deram certo. Apenas Vanderlei, Ricardo Oliveira e Luís Felipe. Vale lembrar da boa passagem de Marquinhos Gabriel ainda em 2015. Copete e Vitor Bueno fizeram gols importantes ano passado, mas o colombiano é muita correria e pouca habilidade e zero inteligência. O camisa 7 caiu muito de rendimento. Virou banco com Levir.
Tirando esses poucos exemplos, a lista do naufrágio é extensa: Chiquinho, Valencia, Werley, Longuine, Leonardo, Marquinhos, Neto Berola, Nilson, Leandro, Ledesma, Rodrigão, Ronaldo Mendes, Jean Mota, Vecchio e Joel. Algumas apostas, outros emprestados. Jogadores que não vingaram. O índice de acerto é muito baixo.
O time do ano passado conseguiu ser competitivo no Brasileirão com a força da Vila Belmiro. Fora de casa, conseguiu vitórias importantes, só que algumas enganosas, como as de 1 a 0 contra Chape, Botafogo e São Paulo. Era nítido que o time precisava de reforços de impacto e uma melhoria no elenco.
Isso não aconteceu. O time ficou previsível, jogadores que renderam até mais do que podiam no ano passado voltaram ao normal. Hoje, o meio-campo não tem pegada. Thiago Maia tem séria dificuldade no fundamento do passe e Renato não acompanha mais o ritmo que do qual o time precisa. Nenhum dos dois aparece no ataque. Assim, com os atacantes pouco produtivos e sem elemento surpresa, não é à toa que o Peixe é o time que menos finaliza no Brasileirão.
A hora H da temporada começou com muitas incertezas. Dar a volta por cima na Copa do Brasil contra o Flamengo ficou difícil, mas ainda há boa esperança de passar pelo Atlético Paranaense na Libertadores. Os negócios ruins de 2017 comprometeram muito um ano que poderia ser promissor. Nem a categoria de base ajudou. Resta a esperança de que Levir Culpi consiga tirar um coelho da cartola.