O evento idealizado e organizado por Téo Laborne reuniu Fernando Scherer, o Xuxa e Gustavo Borges mais uma vez no Clube Internacional de Regatas para comemorar os 30 anos do primeiro recorde mundial de equipes do Brasil, na última terça-feira (4). José Carlos Júnior não pôde comparecer ao evento por estar fora do país.
O recorde estabelecido por Xuxa, Gustavo Borges, Téo Laborne e José Carlos Júnior no revezamento 4×100 no dia 7 de julho de 1993, três dias após o Troféu José Finkel no Clube Internacional de Regatas, mudou a história da natação brasileira. Na ocasião, Gustavo Borges havia acabado de estabelecer o recorde mundial nos 100m livres, sendo o primeiro homem a completar a prova abaixo dos 48 segundos.
Após todos nadarem no troféu, Téo somou os tempos dos quatro amigos e percebeu a proximidade de cerca de 2 segundos do recorde de equipes que pertencia à equipe sueca de revezamento. Laborne insistiu para que os amigos tentassem bater o recorde (o que obrigou Xuxa a adiar uma viagem para os EUA).
“Ele somou os tempos e já veio falando ‘O que você acha de a gente bater esse recorde?’ e tudo parecia improvável pra isso. Um ia viajar, outro queria ficar com a namorada, mas no fim todo mundo topou. Foram três dias intermináveis, estava uma chuva chata em Santos e não tinha nada pra fazer”, relembra Gustavo Borges.
O nadador ainda destacou o clima incomum da piscina do Inter. “É uma sensação de estádio. Poucas piscinas têm esse clima. Você olha pro lado e vê a torcida, do outro, seus adversários. É algo diferente”
Três dias depois, numa quarta-feira chuvosa, os quatro caíram na piscina com apenas um objetivo: bater o recorde mundial. E assim foi feito. O recorde de 3 minutos, 13 segundos e 97 décimos foi reconhecido pela FINA (Federação Internacional de Natação) e colocou o nome dos quatro jovens no topo do mundo.
“Ninguém faz nada sozinho. Esse recorde só foi possível graças ao Téo. Ele veio com essa ideia maluca de bater o recorde e insistiu até que eu desistisse de viajar. E isso só foi possível porque ninguém estava sozinho, eu me juntei ao meu maior rival (Gustavo Borges) pra bater esse recorde. Adiei a viagem, batemos o recorde e em seguida cancelei a viagem”, conta Xuxa.
O evento também contou com a participação da lenda da natação brasileira, Manoel dos Santos, recordista e primeiro medalhista olímpico nas provas de velocidade do Brasil (Roma 1960). Manoel foi descrito por Gustavo Borges como “O maior velocista da história” e sua presença emocionou muito os presentes. Ele representou José Carlos Júnior na entrega das placas comemorativas.
Também aconteceu o lançamento oficial do Instituto Téo Laborne, que tem como foco crianças em situações de vulnerabilidade social e visa promover cultura e esporte além de criar campanhas para reduzir o número de afogamentos infantis. “Onde tiver água é nosso foco. Não precisa ter piscina, pode ser um lago, um rio, uma represa, qualquer coisa”, afirma Laborne.