
Mas nem todas as mentiras são leves e aparentemente inofensivas. Há pessoas que mentem compulsivamente, o que pode ser defeito de caráter se a intenção for ludibriar outros, ou uma doença conhecida como mitomania. E há as mentiras que contamos para nós mesmos, sob pretexto de justificar comportamentos ou compensar insatisfações e frustrações, e que acabam prejudicando o bolso.
Mentiroso habitual
Este tipo de mentiroso se acostumou a mentir para chamar a atenção ou melhorar a autoestima.Distorce a verdade sobre qualquer coisa, mesmo as insignificantes, mas não tem a intenção de manipular os outros. Quando esquece a história que inventou, responde de forma evasiva, questionando o outro sobre se entendeu o que teria dito. A mentira compulsiva geralmente tem origem num ambiente familiar que pune quem admite os erros e fracassos.
Mentiroso patológico
Outro perfil de mentiroso é o patológico. A pessoa é manipuladora e autocentrada, inventa histórias continuamente para conseguir o que quer, sem respeitar os interesses dos outros. Exagera os próprios feitos, construindo uma realidade fantasiosa. Quando confrontado com a verdade, tende a amenizar a mentira. Desfaz os vínculos afetivos de tempos em tempos e abandona quem vê como ameaça. Mentir de forma patológica pode ser um mecanismo de defesa ou autoafirmação desenvolvido na primeira infância e costuma ser associado a alguma desordem mental.
Priorize os sonhos para não cair em tentação
No momento de crise econômica e ética imposta ao país, com o aumento do desemprego, o congelamento de salários e a sensação de desesperança, é preciso redobrar a atenção com mentiras que contamos para nós mesmos para justificar uma compra desnecessária. “Refletir sobre como usamos nossos recursos financeiros é uma necessidade emergencial”, enfatiza Teresa Tayra, gestora da DSOP Unidade Santos e diretora de relacionamento da Associação Brasileira de Educadores Financeiros.
Segundo Teresa, tendo consciência da importância da educação financeira em sua vida e aplicando-a em seu cotidiano, é possível fazer as mesmas afirmações mas com outro significado: Eu poupei, por isso eu mereço viajar. Eu quero mais mobilidade, por isso preciso de um celular mais potente. “Faça uma análise sobre essas frases, como elas estão tendo um significado a você”, sugere.
A educadora financeira lembra que a vida é feita de sonhos e colocá-lo em ordem de prioridade impede que se caia na tentação das compras indevidas. “A educação financeira lhe ajuda a ser um realizador de sonhos. Permita que seu dinheiro realize sonhos. Defina os seus sonhos de curto, médio e longo prazo ao mesmo tempo. No seu orçamento, dê prioridades a eles”, propõe.
As ciladas do consumo
“Eu mereço” – Segundo Teresa Tayra, “é preciso ter em mente que atingir uma grande meta é viver algo mais desejado e merecido do que qualquer outra experiência do dia a dia, e que quanto mais dinheiro se aplica em compras esporádicas, menos é destinado à merecida realização dos sonhos”. Por isso é tão importante que ter objetivos de vida bem definidos, pois são eles que nos farão praticar o consumo consciente.
“Eu preciso” – Uma das principais mentiras que as pessoas contam a si mesmas é que precisam de determinado produto ou serviço. “É necessário ponderar se há mesmo uma necessidade e se há condições de usufruir daquilo no momento da aquisição”, diz Teresa. Ela recomenda que o consumo venha após o planejamento financeiro e a pesquisa de preços em, no mínimo, três locais diferentes.
“Estou infeliz” – “Quem reconhece que está infeliz precisa, ao invés de buscar a satisfação em compras, equilibrar o momento presente com a projeção de um futuro de realizações. Para que o ato de sonhar também não seja algo pontual, sempre recomendo que as pessoas tenham, no mínimo, três objetivos: um de curto (até um ano), um de médio (de um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos)”, orienta a educadora.
“Não resisto” – Esta mentira aparentemente inofensiva deve levar à reflexão sobre o porquê de, em vez de planejar e consumir com consciência, a pessoa prefere se deixar levar pelo momento. “É possível que esteja faltando organização”, questiona Teresa. Ter ciência da situação financeira é primordial para que se possa ter mais pulso firme e disciplina na hora de resistir aos impulsos consumistas.
“Tenho condição”- Assim como a falta, a sobra de dinheiro é um sinal de que a administração não está sendo eficaz, diz Teresa. “A quem tem dinheiro sobrando no final do mês, convém rever se há sonhos que podem ser realizados mais rapidamente com o acréscimo deste valor ou se há novos objetivos de vida a serem priorizados. Afinal, o dinheiro deve trabalhar em favor das pessoas, não o contrário”.
A origem do 1º de abril – Não se sabe ao certo a origem do Dia da Mentira, uma brincadeira iniciada na França. Possivelmente está relacionada às mudanças no calendário propostas no Concílio de Trento, em 1548, e implantadas pelo papa Gregório XIII em 1582. Nesse meio tempo, o rei francês Carlos IX ordenou que, a partir de 1564, o Ano Novo fosse celebrado em dia 1º de janeiro, e não mais em 25 de março, como era a tradição na maior parte da Europa. Como algumas pessoas sabiam da mudança do dia da comemoração, passaram a zombar das demais, que estariam comemorando o Ano Novo em um dia falso.
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