No sábado passado (25), no final do jogo contra o Botafogo, o lateral Zeca chutou uma bola em direção aos torcedores das cadeiras cativas do clube. Depois, numa entrevista, o atleta se justificou: “Os caras de trás do gol apoiam o tempo todo. Os caras de onde eu chutei a bola, não dá pra aguentar”.
Na terça-feira (28), o meia atacante Vítor Bueno bateu na mesma tecla na entrevista pós-treino: “O grupo de 10 ou 20 que veio manifestar, tem direito. Um ou outro da turma do amendoim é que enche o saco”.
As expressões “os caras de trás do gol” e “O grupo de 10 ou 20” definem os membros das torcidas organizadas. Já “os caras de onde eu chutei a bola” e “A turma do amendoim” apontam os associados do Santos.
As torcidas organizadas, ao contrário do que expressaram Zeca e Vítor Bueno, trazem muito mais problemas do que auxílio para os clubes de futebol. Tem protagonizado cenas de violência e selvageria dentro e fora dos estádios que afastam muita gente dos campos de futebol.
Os que invadiram o Centro de Treinamento do Santos na quinta-feira, antes do jogo contra o Botafogo para “manifestar”, não têm esse direito. Porque a maioria dos 12 grandes clubes do Brasil, grupo que inclui o Santos, distribuem ingressos gratuitos, descontos, ajuda para o transporte e preferência na compra dos ingressos para jogos fora de casa. Ou seja: as organizadas fazem parte do esquema. Invasões que acabam em violência contra os jogadores sempre levantam a suspeita de cumplicidade da cartolagem para pressionar treinadores e elencos.
Os associados, ao contrário, representam a instância máxima de poder do clube. O Estatuto Social do Santos define, no artigo 22, os órgãos superiores: (i) Assembléia Geral (de associados); (ii) Conselho Deliberativo; (iii) Comitê de Gestão. No artigo 23, a Assembleia Geral está definida como “órgão máximo dos associados do Santos”.
Os associados são, na verdade, os donos do clube. São eles que “têm direito”.
As poucas pesquisas existentes no Brasil nunca mostraram um índice de membros de organizadas associados ao clube maior do que 30%.
Essa é a inversão: Quem promove violência, invade CT e recebe ingressos gratuitos “tem direito”? Quem paga mensalidade e ingressos, não?
Zeca, Vítor Bueno e quem mais pensar assim no Santos precisam urgentemente receber melhor orientação da direção do clube.
Outro exemplo de inversão de valores: o goleiro Bruno, condenado pelo assassinato de ex-amante Eliza Samudio, e que ganhou liberdade provisória tinha, até quinta-feira, nove convites de clubes brasileiros para atuar nesta temporada. O importante, no raciocínio dos cartolas de olho nele, é “atrair a mídia”.
Diferencial- O começo do São Paulo ainda é irregular. O time levou empates bobos e toma muitos gols. Já foram 14 em oito jogos na temporada. Muito em conta da participação dos fracos Bruno, Buffarini e Maicon. Porém, o time mostra evolução, bom toque de bola e um dos fatores principais é o uso de jogadores formados na base por Rogério Ceni. Contando os jogos da Florida Cup, o ex-goleiro já comandou 56 aparições da base em campo. Mais que qualquer outro treinador do São Paulo nos últimos 10 anos. Isso certamente vai fazer diferença no futuro.
Segunda casa- O Santos pretende mandar dois jogos da fase de grupos da Libertadores no Pacaembu. O time é muito forte por lá, já que venceu os últimos 17 jogos que disputou no Paulo Machado de Carvalho. A diretoria estuda mandar os jogos contra o Santa Fé e Sporting Cristal, respectivamente 04 e 23 de maio. A segunda partida ainda depende da situação na tabela, já que a Vila pode ser necessária em um eventual jogo decisivo.
Vai te pegar- Oito gols em seis jogos. Esse é o melhor início de temporada da carreira do atacante Fred, do Atlético Mineiro. E olha que o Galo teve que fazer uma escolha difícil nesta temporada: se livrar dele ou de Lucas Pratto para abaixar a folha salarial. A escolha foi a mais lógica, já que Fred era o titular no ano passado com Marcelo Oliveira e seguiu no mesmo posto com Roger Machado. O começo animador deixa o centroavante na frente de qualquer um da elite em 2017. Guerrero, Henrique Dourado, Sóbis, Kieza e Miller Bolaños aparecem na perseguição com seis bolas na rede cada um.
Quem quer?- Para a surpresa de muitos, o técnico Luis Enrique comunicou oficialmente que não seguirá no Barcelona. Provavelmente, o Barça não renovaria com ele após o término da temporada, mas ele se antecipou e numa hora favorável. O clube azul e grená aproveitou os recentes tropeços do Real Madrid para assumir a liderança do Espanhol com um jogo a mais que o rival. Sampaoli, Allegri, Klopp e Pochettino são grandes nomes cotados, mas outros com menos fama têm chances, como Ronald Koeman, Eduardo Berizzo e Ernesto Valverde. Quem não gostaria de treinar o trio MSN?
