Se em vez de político o mineiro Magalhães Pinto fosse cartola, trocaria a palavra “política” por “futebol” e a frase dele também teria se tornado clássica.
Na rodada de abertura do Paulistão, praticamente todos os comentaristas esportivos apontaram Santos e Palmeiras como as duas principais forças do Campeonato e até da temporada, bem à frente de Corinthians e São Paulo.
A manutenção dos elencos do ano passado e a qualidade dos reforços contratados respaldavam as análises e também o bom-humor das duas torcidas. O Santos tinha goleado o Linense e o Palmeiras estreado com vitória diante do Botafogo. O São Paulo tinha apanhado de 4 do Audax.
A nuvem mudou. Nesta semana o São Paulo bateu o Santos em plena Vila Belmiro por 3 a 1. No Palmeiras, depois da derrota para o Ituano no domingo, o treinador Eduardo Batista já começou a receber cornetadas.
A torcida são-paulina abriu o sorriso com as vitórias e com as chegadas de Jucilei e Lucas Pratto.
O torcedor santista está com a cara fechada e a testa franzida de preocupação.
Mas não há motivo para tudo isso. Um conjunto de fatores contribuiu para a derrota de quarta-feira:
1) A zaga improvisada. Os zagueiros Gustavo Henrique e Luís Felipe se recuperam de cirurgias, David Braz de lesão e Cleber ainda não estreou.
2) Goleiro reserva.
3) Ausência de dois jogadores fundamentais: Renato e Ricardo Oliveira. Leandro Donizete não tem a capacidade de distribuição do jogo e a saída de bola de Renato e Rodrigão não tem a colocação, o poder de finalização e o toque de bola de Oliveira.
4) A atuação apagada de Lucas Lima, com visíveis problemas físicos durante o jogo.
5) Dia ruim do treinador. Escalou mal, substituiu pior ainda. Desfigurou o time amontoando atacantes no segundo tempo.
Assim, não há motivos para a cara fechada e a testa franzida do santista. A nuvem deve voltar rapidamente ao formato do bom futebol.
Preocupam sim, as vaias para o principal jogador do time, Lucas Lima, o futebol mostrado nesses dois primeiros jogos por Leandro Donizete e a greve de silêncio dos jogadores provocada pela demissão do gerente Sergio Dimas.
Seria muito bom que uma grande atuação do meia fizesse a reaproximação dele rapidamente com os torcedores.
No caso do volante, que completa 35 anos em maio e que tem 3 anos de contrato, talvez com ritmo de jogo em mais partidas…
Quanto ao silêncio, as entrevistas estão previstas em contratos que obrigatoriamente devem ser respeitados.