Perimetral

Neste momento de crise, três oportunidades para o porto e a cidade

14/01/2017
O ano novo começou com as típicas altas temperaturas do verão brasileiro, acompanhadas pelas fortes pancadas de chuvas, que tradicionalmente geram rápidas inundações em várias regiões da nossa cidade praiana. As temperaturas mudaram, incentivando mudanças nas estradas que ligam nossa querida “Baixada Santista” com o Planalto e gerando, também, mudanças nos cenários praianos, com o grande fluxo de veranistas e santistas, que, teimosamente, sorriem e se descontraem, num país que continua no atoleiro econômico e político. 
 
O clima mudou, mas as realidades e previsões econômicas continuam praticamente inalteradas. Milhares de brasileiros continuam vivenciando os dissabores das incertezas com o futuro e enfrentam o desemprego, ainda mais crítico.
 
Uma quantidade incalculável de empresas de grande e pequeno portes continua com as suas atividades na linha da sobrevivência, considerando-se ainda vitoriosas, por não terem encerrado suas operações.
 
Com estas realidades, que prejudicaram a todos de forma indistinta, as boas notícias devem ser destacadas e saudadas com entusiasmo. Infelizmente, as raras boas notícias terminam sendo asfixiadas nos diálogos coletivos, em função da imensidão das repetitivas más informações. Isto aconteceu nestes últimos dias, em nossa cidade e nosso porto.

Duas grandes boas novidades foram divulgadas pela imprensa e receberam pouca repercussão. Um terminal que atua nas movimentações de contêineres finalmente recebeu a aprovação para a realização de investimentos na ordem de R$ 775 milhões e outro, que atua no segmento de celulose, com investimentos na faixa de R$ 160 milhões, já iniciou suas obras e planeja iniciar as atividades ainda no presente ano.

 
Estamos falando de investimentos que se aproximam de um R$ 1 bilhão, que serão investidos em nosso porto, em nossa cidade, em nossa região!
 
Certamente, estes investimentos gerarão outros investimentos, em atividades de apoio, com reflexos nos serviços e comércio locais. Gerarão arrecadações tributárias para o poder público (municipal, estadual e federal).
 
Com tais investimentos, os dois terminais gerarão reflexos positivos em nossas atividades econômicas e também maiores e melhores capacidades para a competitividade de nosso porto, quando o país se recuperar do triste cenário atual.
 
Estes investimentos gerarão empregos transitórios, nas fases de obras, e principalmente empregos permanentes e com maiores qualificações quando estiverem iniciando as novas operações.
 
Nossa comunidade deveria estar comemorando estas duas notícias. Nossos governantes, instituições públicas e privadas deveriam se irmanar nas divulgações e valorizações destas realizações. Mas, infelizmente, pouco se fala sobre as boas notícias. Infelizmente, os mesmos destaques que foram dados às reduções operacionais e ao fechamento de terminais não são dados, no momento destes investimentos que gerarão reflexos positivos. 
 
Continuamos presos a chorar muito mais do que sorrir. Estas duas notícias são motivos de sorrisos, de sinalizações de futuros melhores do que o passado recente. 
Estas duas notícias também são incentivadoras de uma terceira boa notícia: O governo federal já se convenceu que não tem sentido manter a centralização e burocracia para a autorização dos investimentos portuários.
 
Estes dois terminais, que se comprometeram em investir praticamente R$ 1 bilhão, precisaram aguardar praticamente um ano e meio para receber as autorizações para início de obras. Ficava a impressão de que o governo estava fazendo um favor em autorizar tais investimentos. Outros terminais do porto continuam lutando para conseguir estas autorizações de investimentos, necessários de forma dramática, neste momento crítico nacional.
 
Felizmente, podemos contar com esta terceira notícia positiva, para nosso porto e nossa cidade. O governo federal já está finalizando a edição de uma revisão no Decreto Federal que regulamenta tais questões, mudando radicalmente a lógica. Os investimentos privados, em especial em infraestrutura e portos, devem ser incentivados e, principalmente, acelerados, e não permanecerem dependentes de decisões cartoriais (o que era a marca registrada do governo que se findou). Felizmente, temos três boas notícias, que auxiliam a geração de sorrisos em nossa região, complementando com as belas imagens de nossa temporada de veraneio.