As negociações entre Santos e Portuguesa para construção de um complexo de arenas tiveram desfecho surpreendente e explosivo nesta semana.
O Conselho da Portuguesa optou por uma outra proposta, de um grupo empresarial. E a direção do Santos, como retaliação, decidiu romper uma parceria de cessão de jogadores para a Portuguesa.
Do lado da Lusa, parece ter faltado humildade. Do lado do Peixe, nitidamente, faltou equilíbrio.
É evidente que a decisão entre duas propostas, a do grupo empresarial e a da parceria com o Santos é atribuição única e exclusiva da Portuguesa e nessa condição merece absoluto respeito. Quem deve decidir o que é bom para um clube são os sócios, conselheiros e diretores, sempre respeitando o estatuto.
A maneira com que a decisão foi tomada, entretanto, certamente está longe da ideal. tanto que provocou a rusga com o Santos e a retaliação.
Os conselheiros da Portuguesa decidiram por unanimidade, o que sempre faz lembrar da frase famosa de Nelson Rodrigues… A unanimidade, vista de fora, também parece claramente precipitada. Um amadurecimento dos dois projetos e um aprimoramento das propostas exigiam um pouco mais de paciência. Talvez a pressa do grupo empresarial tenha impedido esse encaminhamento mais sensato.
Circula a informação de um áudio com ofensas à comunidade do Santos na reunião que selou a decisão, “do outro lado do canal”, o que colabora para um acirramento ainda maior dos ânimos. Um esclarecimento oficial da Portuguesa em relação a essa questão pode baixar um pouco essa poeira.
Não precisa ser muito esperto para perceber que a construção de duas arenas apresenta o dobro de dificuldades da construção de uma só.
As últimas gerações de representantes da Portuguesa, conselheiros, torcedores e associados, deveriam calçar as sandálias da humildade. Está claro que não conseguiram manter o futebol do clube no patamar de grandeza e tradição com que o receberam dos fundadores e antecessores. A Portuguesa que já brilhou intensamente no futebol paulista e brasileiro está na Série A-3.
Nesse momento de dificuldade extrema da economia e de competição quase selvagem no mercado do futebol, Santos e Portuguesa deveriam se dar as mãos.
A parceria para empréstimo de jogadores, além de não ter nada a ver com esse imbróglio, não interessa só à Portuguesa. Perde também o Peixe um espaço valioso para que atletas formados na base tenham um período de transição competitiva de preparação para o time de cima. Foi nesse ponto que faltou equilíbrio à direção do Santos: o ministério do bom-senso recomenda não tomar decisões de cabeça quente.
A derradeira
Ainda em clima de consternação, a última rodada do Campeonato Brasileiro será disputada sem o jogo entre a Chape e o Atlético Mineiro, por motivos óbvios. Mas ainda tem muita coisa em jogo. Botafogo, Atlético Paranaense e Corinthians brigam por duas vagas para a pré-Libertadores. Flamengo e Santos disputam a vice-liderança e um salto de cerca de R$ 3,7 milhões na premiação, enquanto Inter, Sport e Vitória definem quem será o último rebaixado. Palpites?
Novo fenômeno
A façanha do Leicester na temporada passada incentivou outros clubes a sonharem. O RB Leipzig, da Alemanha, subiu para a primeira divisão nessa temporada e lidera o campeonato até então. Em 13 rodadas, foram 10 vitórias e três empates. A campanha surpreendente coloca o time na frente do poderoso Bayern de Munique. A média de idade do time é baixíssima e os destaques do time são os meias Forsberg e Keita e os atacantes Werner. Chance para conhecer: a ESPN Brasil transmite o jogo contra o Ingolstadt neste sábado às 12h30.
Choque de realidade
O Leicester vive duas fases completamente distintas. O time que encantou o mundo na última temporada passa por um péssimo momento no Campeonato Inglês, com apenas 13 pontos em 14 jogos. O time de Claudio Ranieri está a apenas dois pontos da zona de rebaixamento. Por outro lado, os Foxes passaram em primeiro lugar no Grupo G e estão nas oitavas da Liga dos Campeões. Só que os olhos têm que ficar bem abertos, porque grandes times passaram em segundo lugar, como Real Madrid, PSG e Bayern de Munique.
Fórmula-1
O espanhol Fernando Alonso, o brasileiro aposentado Felipe Massa e até o piloto de motociclismo italiano Valentino Rossi: o sonho de dirigir a Mercedes do campeão Nico Rosberg no ano que vem é multinacional. Mas os favoritos são mesmo o alemão Pascal Wherlein, de 22 anos, que correu pela Manor neste ano e o finlandês Valtteri Bottas, da Williams. Nesta semana a Mercedes publicou como brincadeira um anúncio para este emprego dos sonhos na revista AutoSport.
