Na semana que estamos encerrando, os paulistanos comemoraram os 125 anos de sua principal referência urbanística. Não há como pensar ou se avaliar a cidade de São Paulo sem destacar a sua famosa Avenida Paulista, conhecida como base para suas atividades econômicas. Uma avenida que, desde de seu nascedouro, concentrou mansões dos antigos barões do café e, ao longo do tempo, foi se transformando num grande centro de negócios.
Atualmente, a Avenida Paulista, além de concentrar negócios, também abrigou um referencial de cultura com a implantação do Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Aquela linha reta do sistema viário paulistano continua se adequando aos novos tempos da cidade e de sua população, dominicalmente transformando-se em local de lazer (ou de protestos), sempre emoldurada pelos seus destacados arranha-céus.
Se os paulistanos terminam este ano comemorando os 125 anos de uma de suas principais avenidas, nós, santistas, iniciaremos o próximo ano tendo também a oportunidade de comemorar o mesmo tempo de algo fundamental para a nossa cidade.
No próximo ano, o Porto de Santos completará 125 anos de atividades em sua fase de porto efetivamente organizado, já que, mesmo antes das atividades da Companhia Docas de Santos, as funções portuárias rudimentares já estavam presentes na antiga Vila de Santos.
Enquanto os paulistanos valorizam sua artéria viária terrestre, nós, santistas, precisamos valorizar e comemorar este importante período de existência do porto, resultado de nossa principal artéria aquaviária, o canal do estuário de Santos.
Sempre tenho destacado ser impossível pensar na cidade de Santos sem reconhecer e valorizar sua origem e continuada ligação com as atividades portuárias.
E não há como supor que poderíamos ter o Porto de Santos sem este canal estuarino, seguro, estratégico e viabilizador do desenvolvimento regional e, como muitos defendem, da competitividade do Estado de São Paulo.
A nossa “avenida santista”, no mar, representada por este canal estuarino, propiciará que comemoremos e destaquemos a importância história, ainda presente, do Porto de Santos para as nossas vidas e para as de muitos paulistanos e brasileiros.
Devemos nos preparar para festejar o passado, mas principalmente para planejar e implementar ações voltadas a manter o Porto de Santos, não apenas como uma referência centenária, mas principalmente como um exemplo de modernidade e competitividade.
Os 125 anos da história do Porto de Santos, que serão comemorados no próximo ano, devem ser um alerta para a necessidade de destacarmos a principal característica desta principal atividade de nossa cidade.
Ao longo deste período de história, o Porto de Santos não se manteve parado no tempo. Sempre se adequou às novas realidades, enfrentou e superou os desafios que eram impostos e assim tem se mantido competitivo.
Como a Avenida Paulista, em São Paulo, vai se adequando às novas realidades. Em cada fase de vida da cidade, o Porto de Santos também continuará se defrontando com suas necessárias mudanças para se manter vivo.
Precisamos, como munícipes de uma cidade portuária, valorizar tal período de existência para conquistar, junto à população, de forma integral, maior valorização e luta por nossa principal atividade econômica e social.
O Porto de Santos não se confunde com as denominações de suas administradoras. Cia Docas de Santos ou Cia. Docas do Estado de São Paulo, não são o Porto de Santos. Comemoraremos no próximo ano 125 do porto – e não de uma empresa específica.
As comemorações também não deverão estar restritas ao que acontece na faixa de cais. Precisamos valorizar e comemorar o conceito de complexo portuário santista. A junção das atividades no cais com todas as funções complementares, que geram tanta atividade econômica reflexa em Santos e nas demais cidades da região. Portanto, vamos nos preparar para os 125 anos portuários de nossa cidade. Vamos valorizar a nossa Avenida Aquaviária Santista!