Coluna Dois

Tragédia, solidariedade e mesquinhez

03/12/2016
Tragédia, solidariedade e mesquinhez | Jornal da Orla
A tragédia da Chapecoense fez aflorar o que há de melhor no mundo que envolve o futebol. E também o que há de pior. As manifestações de solidariedade, lindas, se multiplicaram por todos os lugares do planeta. Nesse ponto merece um destaque especial a postura do Atletico Nacional e do povo colombiano. Maravilhosos.
 
A solidariedade está entre os pontos mais cintilantes das emoções e do comportamento humano. Fica no polo exatamente oposto aos sentimentos e às ações inspiradas pelo egoísmo.
 
 Ao mesmo tempo, não dá para ignorar o emaranhado de interesses obscuros e mesquinhos que levaram a delegação do clube e profissionais da comunicação ao avião em que encontraram um desfecho tão trágico para suas vidas.
 
 A escolha da empresa aéreal cujo dono (pelo menos no papel) se autossubmeteu e expôs dezenas de vítimas a um risco tão grande, passa por indicações de dirigentes ou funcionários da Conmebol, do próprio clube, de federações. Sabe-se lá quais as motivações dessas indicações. Vantagens, comissões, tráfico de influência, interesse direto, reciprocidades?
 
 É assim que funciona. Dirigentes não-remunerados em muitos casos se “remuneram” dessa maneira a cada escolha de fornecedor ou prestador de serviços ao clube ou à federação. E os remunerados engordam os salários exatamente da mesma maneira.
 Poucos dias antes o superastro Lionel Messi tinha sido passageiro desse mesmo avião quando servia a Seleção Argentina.
 
Os esquemas têm tamanha extensão e poder que nem um atleta da dimensão dele está imunizado contra esse tipo de picaretagem.
 
A tragédia apresenta uma oportunidade de reformulação desse tipo de comportamento. Quando um desastre dessa dimensão acontece, é porque foram adotados muitos procedimentos de maneira torta.
 
Tratava-se da final de uma competição continental. Os olhos do mundo se direcionaram para entender o que tinha acontecido com a Chapecoense. E para ajudar no que fosse possível.
 
A melhor ajuda, certamente, é a discussão e a adoção de mecanismos que possam reduzir o risco de tragédias desse tipo no futuro. 
 
 A Chapecoense, pela dor e pela tragédia, conquistou a Copa sem disputar a final para a qual havia se classificado.
 
O Atlético Nacional e os colombianos que conquistaram a América na bola, conquistaram também os corações pela grandeza das atitudes.
 
E o Inter de Porto Alegre, quase rebaixado no futebol, se autorrebaixou  pela insensibilidade e pela mesquinhez ao tentar se beneficiar da tragédia. 

Campeão aposentado
Nico Rosberg surpreendeu o público ao anunciar, na sexta-feira (2), a aposentadoria da Fórmula-1 logo depois de conquistar o primeiro campeonato mundial da carreira dele.
 
A saída de Rosberg acende de novo o mercado de pilotos que estava bem desaquecido neste final de temporada. Pascal Werlhein, da Manor, e Valtteri Bottas, da Williams, são os favoritos para  a vaga. Fernando Alonso corre (bem) por fora. E o brasileiro Nasr volta a sonhar com uma vaguinha.

Ciranda, cirandinha… 1
Na dança de treinadores desta semana, o Atlético Mineiro parece ter sido o clube que se deu melhor. Roger Carvalho montou o excelente Grêmio que Renato Gaúcho dirige e só não alcançou resultados ainda mais expressivos pela limitação do elenco, problema que não vai enfrentar no Galo. 

Ciranda, cirandinha…2
O Palmeiras vai ter dificuldades para encontrar alguém para dar sequência ao trabalho de Cuca. Eduardo Batista está mais perto de ser uma aposta. O Flu, com Abel Braga, contrata competência e identificação com o clube. E o Vasco… eh Eurico !!!, vai de Cristóvão Borges…
 
Reforços do Peixe
Luisão, do Benfica, Cleber, do Hamburgo, Betão, do Avaí… A lista de zagueiros que interessam ao Santos para a temporada de 2017 está circulando. O Peixe está garantido na fase de grupos da Libertadores e tem a zaga titular – Luís Felipe e Gustavo Henrique – se recuperando de lesões graves. Para o ataque, Luís Fabiano foi oferecido. Como seria a convivência com o líder do elenco Ricardo Oliveira?