Coluna Dois

Na Seleção, decência e competência atenuam decadência

12/11/2016
Na Seleção, decência e competência atenuam decadência | Jornal da Orla
A exibição da Seleção Brasileira nesta quinta-feira diante da Argentina, no Mineirão, escancara de vez a importância dos treinadores no futebol atual. Importância, aliás, que extrapola os estádios e invade a esfera administrativa dos clubes.
 
Como escreveu o jornalista PVC no portal UOL, o time brasileiro passou da depressão à euforia em dois meses.
 
Os jogadores são os mesmos. Os cartolas, também. A única mudança é a do treinador e da equipe técnica.
 
Saiu Dunga. Entrou Tite. E a água enlameada se transformou em vinho de ótima qualidade.
 
Outros elementos mudaram? Sim. O esquema de jogo passou a ser o 4-1-4-1. Rigoroso. Impecável. O segundo volante Paulinho, o brasileiro dessa posição que melhor consegue chegar na área adversária, como atacante-surpresa, foi bancado pelo treinador apesar de atravessar fase pouco brilhante.
 
Mas não está aí a mudança principal. Tite é um treinador atualizado e principalmente honesto.
 
Isso faz uma diferença profunda na entrega dos jogadores em campo. Um treinador pilantra, que toma uma parte do salário do jogador que indicou para o clube e escala esse atleta, não consegue ter esse domínio do elenco. Um treinador que aceita imposições de cartolas para convocar ou escalar um jogador que cuja valorização interessa a um determinado cartola, empresário ou patrocinador, também não.
 
Tite tem a confiança dos jogadores. Eles sabem que vai jogar quem estiver melhor. Daí, treinam com mais ânimo e se entregam ao jogo com todas as energias.
 
Poucos treinadores alcançam esse patamar em que não precisam mais aceitar imposições dos cartolas. Tite é um deles.
 
A vitória brasileira de quinta-feira deixa isso muito claro. No mesmíssimo Mineirão dos 7 a 1, era outra seleção. Todos os jogadores marcando. Todos sorrindo. Todos sabendo que só vão jogar enquanto mantiverem a excelência no desempenho.
 
A decadência atual do futebol brasileiro se traduz na perda de mercado internacional dos treinadores. Não se atualizaram. Não investiram no domínio do castelhano, do inglês, do alemão.
 
Mas, principalmente, andaram para trás no campo ético e moral. Tornaram-se cúmplices indecentes dos cartolas corrompidos e inventaram as suas próprias pilantragens. Deu no que deu.
 
Mercado agitado
O ano de 2016 ainda nem acabou mas os clubes paulistas já estão com reforços certos para a próxima temporada. Depois do colombiano Hernandez, o Santos fechou com o lateral-direito Matheus Ribeiro, do Atlético Goianiense. Quem também pode chegar é o meia Felipe Gedoz, atualmente no futebol belga. O Palmeiras contratou o meia Hyoran da Chapecoense, o São Paulo acertou com o atacante Wellington Nem, ex-Flu, e o Corinthians trouxe o meia Wagner, que estava na China.
 
Pegando fogo
Com os jogos da primeira divisão paralisados neste final de semana, a atenção vai toda para a reta final da Série B. Faltam apenas três jogos, o único com a vaga assegurada é o Atlético Goianiense, virtual campeão. Bahia, Vasco e Avaí completam o G-4 com os mesmos 59 pontos. O Náutico (57) e o CRB (55) seguem na briga. O torcedor cruzmaltino está preocupado com a situação do Vasco. A campanha no segundo turno é pífia (11º colocado, 20 pontos) e a cada jogo que passa o time parece perder mais a confiança. Já são três jogos sem vitória tanto em casa como no campeonato. Dramático!  
 
 Reflexos
Oswaldo de Oliveira abandonou a barca do Sport para assumir o Corinthians com o time pernambucano caindo pelas tabelas e flertando com a zona de rebaixamento. Daniel Paulista entrou no lugar e parece que um céu azul paira sobre a Ilha do Retiro desde então. Em quatros jogos, três vitórias e uma derrota para o líder Palmeiras. Com 5 pontos de distância para o Inter, primeiro no Z-4, o fantasma do rebaixamento parece ter sumido. Oswaldo, por outro lado, ainda deve estar assombrado pela impiedosa goleada de 4 a 0 diante do São Paulo.
 
Histórico
O UFC 205, neste sábado, promete ser histórico. Pela primeira vez, Nova York vai sediar um evento da franquia e o polêmico irlandês Conor McGregor pode virar o primeiro campeão de duas categorias simultaneamente. Ele desafia o campeão do peso-leve Eddie Alvarez. O card ainda conta com a disputa do cinturão do peso-meio-médio e do peso-palha feminino. Chris Weidman e Miesha Tate também entram no ringue.