O juiz Edmundo Lellis Filho, que decretou a prisão preventiva da gerente de loja Elyse Chicere, recuou de sua decisão e mandou soltar a moça nesta terça-feira (1).
Ela era o pivô de um triângulo amoroso que acabou de maneira trágica: um dos homens, Thiago Batista de Barros, o Chupeta, matou o outro, o músico Dan Nunes. Réu confesso, Chupeta foi condenado a 18 anos de prisão.
O promotor do caso, Cássio Sartori, classificou a decisão de Lellis Filho como arbitrária e abusiva. “A suposta instigação que Elyse teria feito para causar ciúme foi uma situação de relacionamento, reprovável apenas sob o ponto de vista moral. A opinião do juiz sobre o comportamento ético e moral alheio não pode fundamentar uma prisão”, declara.
Na sexta-feira (28), o juiz Lellis Filho havia negado o pedido de reconsideração feito pela defesa de Elyse, mas resolveu relaxar a prisão antes do julgamento do recurso, que agora está nas mãos do desembargador Walter da Silva, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ainda assim, no despacho, o juiz criticou as declarações do promotor Cássio Sartori: “A Constituição preserva o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de modo que esses devem ser considerados no convencimento judicial”.