Coluna Dois

Velhas assombrações rondam a Vila Belmiro

22/10/2016
Velhas assombrações rondam a Vila Belmiro | Jornal da Orla
Alerta vermelho no Santos nesta semana. Primeiro, no domingo, o empate em casa com o Grêmio pelo Brasileirão. Na sequência, na quarta-feira, derrota para o Inter pela Copa do Brasil e eliminação. 
 
Os dois jogos eram importantes. Além da frustração, para o torcedor fica sempre um gosto de humilhação. Porque, nas duas partidas, o Peixe enfrentou times reservas dos adversários.  
 
Velhas assombrações voltaram a rondar a Vila. Preparo físico ruim? Falta de planejamento? Fragilidade de comando do treinador? Volta de Vanderlei Luxemburgo?
Episódios como a briga de Dorival com Neymar e a substituição recusada por Ganso na final de 2010 contra o Santo André voltam à memória do torcedor desconfiado do treinador desde o final do ano passado. O Santos tinha a mão na vaga para a Libertadores tanto no Brasileiro quanto na Copa do Brasil e desperdiçou as duas oportunidades em circunstâncias estranhas.
 
O time parece cansado ou com divergências internas. Se o problema for cansaço, por que jogadores como Daniel Guedes, Caju, Noguera, Yuri, Citadini, Walterson e Vechio não têm sido mais utilizados em revezamento com os titulares?
 
Na melhor exibição do Santos nos últimos meses, a vitória sobre o Galo por 3 a zero, Vladimir, Caju, Citadini e Jean Mota foram escalados como titulares.
 
Se o grupo estiver rachado, tem a ver com a saída de Marcelo Fernandes do cargo de auxiliar? Com o cunhado de Dorival que é empresário de jogadores? Com titulares “intocáveis”?
 
As derrotas fazem surgir outros questionamentos. Robinho, mesmo com salário alto, não teria custo-benefício melhor do que Valência, Joel e Paulinho que ocupam vagas no elenco que poderiam estar com atletas da base?
 
Dorival armou bem aquele time do ano passado com Gabigol e Geuvânio atacando pelos lados e com Marquinhos Gabriel entrando no lugar deles.  Mas parece não ter aprendido a comandar o grupo nem a mexer no time na hora das substituições. 
 
A direção não conseguiu repor essas três peças e o time perdeu completamente a capacidade de jogar no contra-ataque. Passou a valorizar uma posse de bola cansativa e estéril. 
 
Mesmo assim, nada está perdido. A vaga na Libertadores está ao alcance da mão e o elenco precisa de alguns ajustes bem feitos para a próxima temporada.
 
O torcedor, esse está apreensivo. O time vem jogando muito mal mesmo nas vitórias anteriores a esses dois desastres. Pior: tem circulado na atmosfera um nome que provoca reação alérgica na arquibancada alvinegra : Vanderlei Luxemburgo.  
 
Momento
O meia Giuliano, ex-Grêmio, vive um momento brilhante com a camisa do Zenit, da Rússia. O jogador de 26 anos, contratado no início da temporada europeia, caiu nas graças da torcida e também virou nome certo na convocação do técnico Tite. Em 12 jogos, ele marcou 10 gols e fez oito assistências. Quando Paulinho esteve suspenso, Giuliano foi o substituto e jogou muito bem na goleada contra a Bolívia. Será que merece uma chance no time titular?
 
Raridade
A Copa do Brasil virou Sul-Minas. Com a eliminação de Santos, Palmeiras e Corinthians, a semifinal do torneio ficou sem representantes do eixo Rio-São Paulo pela segunda vez em 27 edições. Apenas em 1991 tal fato aconteceu. Destaque para a semi entre os maiores campeões, Cruzeiro e Grêmio. A outra será Inter e Atlético/MG. Um clássico estadual, qualquer que seja, não seria nada mal na final…
 
Balanço
Os reforços do Santos que vieram para a temporada 2016 dividem a opinião do torcedor. A única contratação certeira, de fato, foi a vinda do zagueiro Luís Felipe. Jean Mota é novo, pode evoluir, mas ainda fica no status como jogador para o elenco. Fabián Noguera é uma incógnita. Copete até fez gols, mas desagrada boa parte da torcida. Vecchio, Rodrigão, Yuri, Paulinho, Joel e Maxi Rolón, o último já desligado do time, não deixaram motivos para continuar em 2017.
 
Complicou
Gabriel Medina começou a temporada da World Surf League de maneira bem tímida, mas engrenou e entrou de cabeça na disputa pelo bicampeonato mundial. Porém, a corrida ficou mais difícil. Medina foi eliminado ainda na terceira rodada da etapa de Peniche, em Portugal, a penúltima do ano. O líder do ranking, o havaino John John Florence, continua vivo e pode até garantir o título se chegar na grande final. O desfecho da etapa acontece nos próximos dias. 
 
 35 anos 
Nelson Piquet conquistou o primeiro dos três titulos mundiais de F-1 em 17 de outubro de 1981 em Las Vegas. Ele bateu o argentino Carlos Reutemann por 1 ponto. O curioso é que Piquet tinha lustrado a carenagem do carro do argentino numa corrida extra-campeonato de F-1 em Brasília. Para entrar nos boxes e assistir à corrida ao lado dos grandes pilotos da época, Piquet arrumou um trabalho de limpador de carros.