
Pelo andar da carruagem, o pacote anticorrupção proposto por procuradores da Operação Lava Jato, e que conta com a adesão de mais de 2 milhões de pessoas, vai parar no arquivo cesto.
Em pronunciamento na Câmara, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) disse que seria uma “irresponsabilidade” aprovar a proposta na íntegra e representaria “uma volta à Idade Média, com uma caça às bruxas”.
Os parlamentares e membros do governo interino querem promover mudanças no projeto que, na prática, dificultará investigações e estimulará a impunidade.
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, que levou pessoalmente as dez propostas de combate à corrupção ao Congresso Nacional, vê as manobras com preocupação e alerta que apenas a pressão popular pode impedir que a iniciativa seja desfigurada.
Pingo é letra
“Era uma vez cinco amigos que faziam tudo junto, viajavam, faziam negócios… então, um virou presidente, três viraram ministros e o último foi abandonado… E que isso não vai ficar assim”. Este foi o recado que o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) mandou para o presidente interino, Michel Temer (PMDB). A conferir.
Até tu, Marta?
A senadora Marta Suplicy (PMDB), que saiu do PT alegando que “não tem como conviver” com os escândalos de corrupção do partido, recebeu R$ 500 mil da empreiteira Odebrecht, “por fora”, em sua campanha eleitoral de 2010. É o que revela a delação dos executivos da empresa, que já citaram o pagamento de R$ 23 milhões ao ministro José Serra (PSDB) e R$ 10 milhões ao PMDB, após pedido pessoal do presidente interino Michel Temer (PMDB).
Marta nega e afirma que não recebeu nenhuma doação da Odebrecht. De fato, na prestação de contas à Justiça Eleitoral não aparece. Mas os executivos denunciam que foram, justamente, “recursos não-contabilizados” (caixa 2) e, pior, provenientes de esquemas de corrupção.
Só agora?
Na carta aos brasileiros, e em especial aos senadores que vão julgar seu afastamento definitivo, a presidente Dilma Rousseff (PT) admitiu erros em seu governo e garantiu que proporá um plebiscito sobre novas eleições presidenciais.
Mais uma vez, disse não ter cometido crime algum e está sendo vítima de um golpe.
O tom da carta agora, quando a vaca já foi pro brejo, contrasta com a posição de meses atrás, quando Dilma repetia que não renunciaria, “nem que a vaca tussa”.
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