Se o ronco produz barulho que impede o sono de quem está do lado, a apneia (pausas respiratórias durante o sono) pode representar risco de morte para quem sofre do distúrbio. “Essas pausas podem durar segundos ou minutos, e aí é que mora o perigo. Um minuto sem oxigenação é gravíssimo”, alerta o médico otorrinolaringologista Ricardo Salum. Segundo ele, o paciente com apneia severa, sem tratamento médico, tem sobrevida de no máximo nove anos.
“Dependendo da intensidade, do grau e do tempo da apneia, acontecem alterações importantes na pressão arterial, no bombeamento cardíaco, o oxigênio circulante no sangue cai, aumentando com isso o gás carbônico, ocasionando mudanças metabólicas que podem levar ao infarto, ao AVC (derrame) e até a morte”, diz Ricardo Sallum, um dos primeiros médicos a trazer para o Brasil o Watch Pat, aparelho de fabricação israelense de última geração no diagnóstico de apneia, muito utilizado nos Estados Unidos e Europa.
A importância de um diagnóstico preciso
Ricardo Sallum explica que o Watch Pat monitora cada minuto do sono de forma mais natural, pois o paciente leva o aparelho para casa e dorme sem alterar a rotina. Na técnica convencional, conhecida por polissonografia, é preciso permanecer na clínica e dormir fora do ambiente doméstico. O equipamento colocado no pulso do paciente é capaz de monitorar aspectos como a qualidade do sono, a incidência da apneia, a quantidade de movimentos feitos durante a noite e o fluxo de oxigênio na respiração. Todas as informações são armazenadas em um software que produz um relatório. “A fidedignidade do exame é garantida pelo fato de o paciente estar em sua casa, dormindo em sua cama”, enfatiza o especialista.
O diagnóstico completo envolve ainda o exame de um otorrinolaringologista, que é o profissional preparado para observar as vias respiratórias altas. “É onde o ronco é produzido. Não se ronca no pulmão”, afirma Sallum. Depois, é feita uma polissonografia para então definir o tratamento adequado para cada caso.
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