A data comemorativa dos namorados foi escolhida há mais de 50 anos por comerciantes paulistas por ser véspera do dia 13, consagrado a Santo Antonio, conhecido como santo casamenteiro.
Para os que se amam, qualquer dia e todos os dias são apropriados para demonstrar o sentimento, mas a existência de uma data especial no calendário oferece uma oportunidade para que se preste mais atenção no parceiro e na relação amorosa, atitudes às vezes negligenciada diante de tantos afazeres do dia a dia. E faz bem lembrar o quanto esta relação é importante para nossa alegria e nossa felicidade.
O significado do namoro
Como lembra o psicanalista Luiz Alberto Py, o namoro é o estágio inicial do encontro entre duas pessoas, período em que elas começam a se conhecer e a desmistificar as ilusões e fantasias que possam ter criado acerca do futuro de seu relacionamento. “Uma vez que este trabalho de desmistificação esteja feito, o casal tem a possibilidade de avaliar se o que sobrou de realidade entre eles é suficiente para continuarem a relação”.
E é por ser o estágio inicial da relação amorosa que o namoro se apresenta como o momento mais romântico da vida de um casal. “A situação mais maravilhosa que pode ocorrer numa longa relação entre duas pessoas é exatamente quando, depois de um longo tempo transcorrido, o casal ainda consiga recuperar o encantamento do período de namoro. Este encantamento rejuvenesce e vivifica o amor de ambos e recria as condições indispensáveis para a boa continuidade da vida amorosa”, enfatiza.
Por isso, Luiz Alberto Py aponta o Dia dos Namorados como excelente oportunidade para os casais reviverem o período de começo de relacionamento, quando todas as ilusões, fantasias e expectativas estavam acesas. “Podemos nos permitir reviver a ingenuidade dos primeiros tempos e deixar que ela conviva com o ceticismo de um casamento maduro. Brincar de namorar é voltar atrás no tempo e beber na fonte de eterna juventude. Esta atividade é tão benéfica que não precisamos estar presos ao dia 12 de junho para exercê-la. Qualquer pretexto para bons momentos de namoro é válido e todo dia é Dia dos Namorados”.
São Valentim
Na Europa e na América do Norte, a festa dos que se amam é celebrada no dia 14 de fevereiro, dia de São Valentim ou Valentino. Este santo viveu no Século III, em Roma na época em que o imperador Claudius proibiu casamentos durante as guerras, por achar que o amor prejudicava o ânimo dos soldados. Valentino continuou a casar os jovens que o procuravam, e passou à história como padroeiro dos apaixonados. Por sua atividade foi condenado à morte e decapitado no ano de 278.
Casais eternos nas histórias em quadrinhos
As histórias em quadrinhos e desenhos de animação são recheadas de romances que ajudam a desmistificar a figura do herói, humanizando-o e criando uma identificação com as pessoas do mundo real. E na ficção a imaginação desconhece limites e os personagens não encontram obstáculos de tempo, espaço ou idade, para se entregar ao amor, com muitos suspiros, beijos, abraços e também brigas, sofrimento, ciúmes, separações e outros riscos a que pessoais reais estão sujeitas em seus relacionamentos.
Não dá para imaginar uma história do marinheiro Popeye sem Olívia Palito, uma confusão na família Flintstone que não envolva Fred e Wilma, Tarzan sem Jane, Fantasma sem Diana e por aí vai. A maioria é formada por casais irredutíveis, cuja validade do namoro já expirou faz tempo e nada de pensar em casamento. É ou não é o caso de Mickey e Minie, Pato Donald e Margarida, Zé Carioca e Rosinha …
Autor do livro “Splish! Splash! – Os Enamorados dos Quadrinhos”, o quadrinista Franco de Rosa comenta que a existência de namorados são uma marca registrada das HQs. “Nos anos 1930, os grandes heróis sempre tinham namoradas e faziam de tudo para defendê-las, sem necessariamente casar com elas, o que deu origem ao termo ‘noivas eternas'”. Para ele, a lição que fica para os casais da vida real é o respeito pelas liberdades individuais e a força de um amor incondicional.