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Dia Nacional e Municipal da Bossa Nova – 25/01/16

23/01/2016
Dia Nacional e Municipal da Bossa Nova – 25/01/16 | Jornal da Orla
Pelo terceiro ano consecutivo, será comemorado, em Santos, o Dia Nacional e Municipal da Bossa Nova, que acontece no dia 25 de janeiro, data que se comemora também o aniversário de nascimento de Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, maestro, arranjador, pianista, violonista, cantor, compositor e um dos fundadores do movimento, que completaria, neste ano, 89 anos de idade.
 
A data comemorativa foi instituída através de Lei Federal no. 11.926, de 17 de abril de 2009. Em Santos, atendendo ao nosso pedido, o vereador Douglas Gonçalves foi o autor da Lei Municipal no. 2.972, de 14 de março de 2014, que inclui, no Calendário Oficial do Município, a Semana da Bossa Nova, sempre de 19 a 25 de janeiro.
 
A Bossa Nova teve seu marco inicial em 10 de julho de 1958, quando o cantor e violonista João Gilberto gravou o single “Chega de Saudade” – composição de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, no estúdio da gravadora Odeon, na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Alguns meses antes, o mesmo João Gilberto tinha acompanhado, com o seu violão, a cantora Elizete Cardoso em duas faixas, a mesma “Chega de Saudade” e “Outra Vez”, no disco “Canção do Amor Demais”, exclusivamente com as canções da dupla Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que, na época desta gravação, ainda era desconhecida. A sua inconfundível e incomparável batida sincopada, ao violão, transformou e revolucionou para sempre a música popular brasileira. Importante destacar que em 2016, quando completa 58 anos de vida, o gênero continua preservado e difundido com muita força, por todas as partes do planeta. Genuinamente brasileira, a Bossa Nova é patrimônio da humanidade. Pela sua importância, características e riqueza cultural.
 
Para as comemorações deste ano, a iniciativa cresceu e ganhou o formato de um Festival, com a criação do RIO-SANTOS JAZZ FEST, que acontece nos dias 24 e 25 de janeiro, no Teatro Guarany, com entrada franca. Serão 5 atrações. Estarão presentes o musicólogo, jornalista e produtor musical Zuza Homem de Mello, as cantoras Rita Lima, Sonia Rocha Willcox, muito bem acompanhadas pelas suas bandas, o grupo instrumental carioca No Olho da Rua e a cantora Cris Delanno. Maiores informações no portal riosantosbossafest.com.br.
 
Esta iniciativa em Santos vai possibilitar que as gerações mais novas possam conhecer melhor a Bossa Nova, que atualmente passa por um natural processo de atualização da sua sonoridade. A levada original e única, que permanece preservada, tem recebido alguns ingredientes da modernidade, que dão a ela um ar de frescor e juventude.
 
O público vai poder ouvir as novas criações e cantar os grandes clássicos, que foram eternizados por Tom Jobim (aniversariante do dia), João Gilberto, Vinicius de Moraes, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Marcos Valle, Johnny Alf, Durval Ferreira, entre tantos outros. Viva a Bossa Nova !!! Viva o RIO-SANTOS BOSSA FEST 2016, democrático e sem barreiras, acessível a todas as pessoas. Uma verdadeira e rara celebração.
 
 
 
Milton Nascimento & Jobim Trio – “Novas Bossas”
Este CD é uma prova de que a Bossa Nova não parou no tempo e no espaço. Atualizou-se e continua muito bem, obrigado.
 
Lançado em 2008 pelo selo EMI, o CD “Novas Bossas” reuniu o cantor Milton Nascimento com o Jobim Trio, formado por Paulo e Daniel Jobim, pelo baterista Paulo Braga e tendo como convidado especial o contrabaixista Rodrigo Villa.
 
A ideia de gravarem juntos nasceu um ano antes, em 2007, quando eles se encontraram para recordar Antonio Carlos Jobim, que faria na época 80 anos.
 
Foram selecionados 14 temas do repertório da Bossa Nova (algumas conhecidas de Tom, Vinícius e Caymmi) e também algumas composições de Milton Nascimento, como: “Tudo que Você Podia Ser”, “Cais” e “Tarde”, e mais o tema inédito “Dias Azuis”, de autoria de Daniel Jobim.
 
De formato bastante intimista, o CD foi gravado integralmente no estúdio localizado na casa de Milton Nascimento, conhecido como Bituca`s Studio.
 
A parceria musical foi perfeita e o resultado pode ser medido quando escutamos as faixas do disco.
 
Observo que quando Milton canta uma canção, parece que ele a renova, mesmo que ela tenha sido executada por diversas vezes.
 
A sonoridade apresentada neste trabalho reforça a renovação que a Bossa Nova ganhou dos seus intérpretes atuais, mesmo depois de 58 anos, muito bem vividos, diga-se de passagem.
 
A própria voz de Milton Nascimento incorporada neste trabalho é uma prova desta atualização natural.
 
 
Emilio Santiago – “Bossa Nova”
Considero o cantor Emílio Santiago como um dos meus favoritos. Sou fascinado pelo seu timbre de voz e pela sua interpretação, sempre muito marcantes.
 
Em sua carreira lançou diversos discos maravilhosos e muito importantes, e este “Bossa Nova”, do ano de 2000 para o selo Sony Music, é um marco para mim. 
 
Um trabalho de extrema elegância, completo e cheio de convidados de peso.
Destaque para os geniais Cristovão Bastos, Leandro Braga, Jota Moraes, João Donato  e Marcos Valle nos arranjos e pianos, João Lyra no violão e o surpreendente Vittor Santos no trombone, além de uma afinada orquestra de cordas, que deram um colorido musical todo especial ao trabalho.
 
Emílio Santiago gravou quase tudo da nossa MPB e até vários boleros inesquecíveis, mostrando todo seu talento e versatilidade. Este trabalho marcou, pela primeira vez, a gravação de um disco com repertório específico de Bossa Nova. Não tinha como dar errado. 
 
Bossas tradicionais, algumas menos conhecidas e algumas mais novas compuseram as canções escolhidas. Destaco os clássicos “Corcovado”, “Garota de Ipanema”, “Insensatez” e “Rio”, que não poderiam faltar. Merecem também destaque as mais recentes, “Doce Viver” e “Bateu para Trás”, que são de arrepiar.
 
O formato deu tão certo que ganhou também uma versão em DVD, em um show repleto de glamour gravado ao vivo no Copacabana Palace, ao lado de diversos convidados, a maioria deles, que participou das gravações em estúdio.
 
Um grande marco em sua vitoriosa carreira. E é impressionante constatar a grande falta que ele faz nos dias de hoje. Sua voz é insubstituível.