Há exatamente um ano, o Coral Zanzalá embarcou em uma viagem musical que mudou a vida de seus artistas. E na quinta-feira (26), parte da história que levou o Coral a se apresentar no coração de Manhattan, no Lincoln Center, poderá ser acompanhado por todos, pela internet. O documentário “Zanza-lá em NY” já está disponível no canal da Prefeitura no youtube.
Com 25 minutos de duração, o registro traz imagens desde a partida de Cubatão rumo ao aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, a chegada aos Estados Unidos, as primeiras impressões de Nova Iorque, culminando na apresentação da obra “O Messias”, de Handel, no complexo Lincoln Center, um dos espaços artísticos mais privilegiados de NY.
Também há depoimentos dos regentes, cantores e equipe técnica, contando as impressões da Big Apple e apresentações-relâmpago em plena Times Square. “Saímos em grupo para conhecer um pouco da cidade e lá na Times começamos a cantar músicas da MPB. Quando percebemos, estava cheio de gente por perto, aplaudindo e pedindo bis. Foi incrível”, lembra Maria Vitória Alvarez, produtora do Zanzalá.
O Coral Zanzalá representou o Brasil em um concerto de fim de ano do Distinguished Concerts Internacional New York, o DCINY. O convite oficial veio de Jonathan Griffith, regente e diretor artístico do espetáculo, já tradicional em Nova Iorque. Ao visitar um vídeo do Coral Zanzalá, em que o grupo interpretou brilhantemente a obra de Handel junto com a Banda Marcial de Cubatão, o diretor ficou impressionado com a qualidade técnica do Coral.
O Grupo partiu na quinta-feira, chegou um dia depois, participou de oficinas e ensaios com o pessoal do DCINY e na segunda-feira (30), finalmente, o Zanzalá formou um imenso coral para cantar Handel. “Eram 400 vozes de várias partes do mundo, incluindo França, Guatemala, Estados Unidos, Hong Kong, Austrália, Alemanha. Subir no palco do Lincoln Center foi simplesmente inacreditável. A troca de experiências e a representatividade do Coral neste momento fizeram toda a diferença”, afirma Nailse Cruz, regente do Zanzalá.
O documentário conta toda essa história e traz depoimento do diretor artístico do DCINY, regentes estrangeiros e muita conversa de bastidores daqueles que formam o coro efetivamente: os cantores. “Tivemos muito trabalho pra fazer em Nova Iorque. A viagem não foi apenas passeio, não, pelo contrário. Como participantes da equipe técnica, entrei em contato com um universo de pura excelência. Aprendi mais sobre o meu trabalho e a importância do planejamento”, explicou Vagner Cardozo, inspetor do Coral, que funciona mais ou menos como o “contra-regra” do Grupo.
Além do Lincoln Center, o Zanzalá se apresentou na Saint Patrick’s Cathedral, na 5ª Avenida, levando um repertório basicamente formado por Música Popular Brasileira. Na época, a igreja estava em reforma. “É uma das edificações mais importantes da cidade e a mais visitada também. Este ano, recebeu até o Papa. Muito bom sabermos que o Coral teve a oportunidade de se apresentar em lugares tão especiais e eu estava lá pra registrar tudo”, disse Diego Moura, que gravou o primeiro vídeo do Zanzalá na Igreja Matriz de Cubatão e postou na internet. Ele também editou o documentário.
A apresentação em terras norteamericanas rendeu ao Coral Zanzalá outros convites por parte do DCINY. Este ano, a participação seria no Carnegie Hall, novamente em Nova Iorque, viagem que não pode ser realizada por conta da falta de recursos e de patrocinadores. “O outro convite refere-se a 2017, e também veio do DCINY. A ideia é que possamos apresentar ‘Réquiem’, de Faure, na Espanha, com coros europeus. Vamos torcer!”, conta Nailse.