Clara Monforte

Olhos nos olhos com Fernando Torquatto

26/09/2015
Olhos nos olhos com Fernando Torquatto | Jornal da Orla
FERNANDO TORQUATTO é um gentleman. Daqueles que arrasam quarteirão. Prova disso foram as mulheres que o tietavam antes, durante e depois do workshop de maquiagem, uma das principais atrações do “Praiamar Fashion Day”. Esse santista multitalentoso que saiu do bairro Encruzilhada aos 16 anos para ganhar o mundo e hoje, aos 39, é apresentador, fotógrafo, maquiador e caracterizador de novelas na Globo faz sucesso por onde passa. Não é à toa que causa frisson até entre as famosas e é considerado o “queridinho” delas. São 20 anos de carreira e muita história para contar!
 
Como conceitua a beleza?
A princípio, eu conceituava o que era belo como se fosse um matemático. Mapeava os traços mais bonitos. Mas depois percebi que nesse mercado há uma combinação de fatores que misturam os traços perfeitos com a energia das pessoas. Não adianta ser bonito e ter um astral péssimo, por exemplo, porque você enfeia. Hoje em dia existem pessoas que até não têm essa perfeição, mas são tão interessantes, outras que além de lindas são incríveis e se tornam ainda mais bonitas.
 
Logo, a beleza interior é  importante?
É um complemento. E eu acho que deve ter mesmo essa mistura. Beleza é  ter consciência de quem você é, tanto internamente quanto externamente.
 
O que é uma mulher bonita?
É aquela que sabe lançar mão até dos defeitinhos a seu favor. Para mim, causa mais impacto a luz da mulher, o carisma e o interesse que ela tem pela vida e pelas outras pessoas do que as de beleza clássica, que vivem estáticas e não interagem. Mulheres com boa energia se sobressaem mais. 
 
O que é feio para alguém que está habituado a lidar com o belo?
A falta de verdade. Gente que não olha para os lados, que só pensa em si mesma. Isso é feio.
 
Você é de Santos… como é reencontrar a cidade?
Costumo vir aqui em datas especiais. Santos é um cartão-postal, uma cidade menor do que a que vivo hoje. Senti, nesse evento, os santistas mais interessados, abertos à renovação…
 
O que o aproxima daquele garoto que saiu de Santos aos 16?
Vivia no bairro Encruzilhada, onde os vizinhos eram próximos e as casas geminadas. A gente sempre estava na casa de um e de outro…  Até hoje sou muito ligado aos valores da família, é isso que me liga àquele menino.
 
Como explicar o fascínio que exerce sobre as mulheres?
Acredito que eu desmistifiquei essa coisa que é trabalhar somente com estrelas. Elas entenderam que eu trabalho para vê-las brilhando também. 
 
Pela sua profissão, as pessoas questionam a sua orientação sexual?
Isso nunca foi uma questão para mim. Só precisei me adequar a esse meio porque existe, mesmo, o preconceito de ser maquiador e, por causa disso, as pessoas pensarem que eu era homossexual.
 
Isso já foi uma questão para você?
Foi, porque algumas pessoas questionavam o fato de eu não ser gay e fazer maquiagens. Com o tempo essa questão foi ficando cada vez menor, porque fui me impondo com o meu trabalho e, hoje isso, ser gay ou não, importa cada vez menos para as pessoas.