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O uso da maconha

31/08/2015
O uso da maconha | Jornal da Orla
A despeito das convicções pessoais, culturais, sociais ou legais, um fato é incontestável, todo substância introduzida em nosso organismo irá provocar efeitos. Algum deles serão os desejados e outros não, e esse últimos sendo considerados indesejados ou adversos. Essa lógica vale para os medicamentos ou qualquer outra substância. Para os medicamentos, os efeitos desejados são os terapêuticos e para as substâncias psicoativas, o usuário espera modificações na percepção do mundo, estimulação ou depressão.

A maconha é a droga ilícita mais consumida no mundo. É um produto de origem vegetal e tem sua condição legal de acesso muito discutida no mundo todo. Os argumentos são variados e os de ordem social alegam que o combate às drogas é muito mais custoso do que se arcar com as consequências de seu uso. Nessa linha de raciocínio, há contradição quando consideramos duas substâncias socialmente aceitas, como o álcool e o tabaco. 

O tabaco vem sendo menos consumido, ao menos em alguns países, incluindo-se o Brasil. Já o álcool vai no caminho oposto, com o consumo aumentado. Ambas as substâncias, produzem muitos malefícios para o organismo e para a sociedade como um todo. O álcool é responsável, por exemplo, por muitos acidentes de trânsito. O tabaco sobrecarrega a estrutura de saúde do país ao produzir um número grande de pessoas com câncer.

Os malefícios da maconha são conhecidos em maior ou menor grau. Está bem estabelecido a capacidade de que seu uso prolongado produzir distúrbios psicóticos, da ordem da esquizofrenia. Quanto mais precoce for o uso e em maior frequência, maior probabilidade de problemas futuros. Porém, também é sabido que esses problemas acometem com maior frequência àqueles que apresentam condição genética própria, de suscetibilidade orgânica. 

Por outro lado, muitos estudos já determinaram, claramente, um sistema canabinoide endógeno, ou seja, já circulam pelo nosso organismo, naturalmente, muitas substâncias semelhantes àquelas inaladas no cigarro da maconha. Assim, o aumento da circulação, no sangue, dessas substâncias semelhantes promoverá a alteração das estruturas biológicas existentes e responsáveis por diversas e distintas funções. Por exemplo, esse sistema está envolvido na produção e vitalidade dos espermatozoides. O usuário de maconha tem menor número de espermatozoides e com menor mobilidade, diminuindo a fertilidade masculina.

E mais. O uso da maconha também traz riscos de infarto, pois acelera a atividade cardiovascular. Ao ser inalada, a fumaça da maconha produz irritação no trato respiratório, da mesma ordem que o cigarro comum causa, gerando um processo inflamatório agudo e crônico com a frequência no uso, podendo chegar a um quadro de insuficiência respiratória. Comparando-se ao tabaco, a maconha produz menos câncer, mas é considerado como fator de risco. Outros malefícios são conhecidos, mas ressalta-se a queda da capacidade imunológica e o fato de, potencialmente, trazer danos aos rins.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.