Clara Monforte

Olhos nos olhos com Andressa Nunes

18/07/2015
Olhos nos olhos com Andressa Nunes | Jornal da Orla
Numa época em que o apego à espiritualidade está em alta, independente da religião, o público santista terá a oportunidade de assistir a um espetáculo psicografado por Chico Xavier neste domingo, às 19h, no Teatro Coliseu. Trata-se de “Paulo de Tarso”, do livro “Paulo e Estevão”, dirigido por Caique Assunção, sobre a saga do famoso apóstolo de Jesus.

O elenco é numeroso e conta com atores vindos do Rio de Janeiro, em uma grande produção com luzes, sons e figurinos que reproduzem o primeiro século da era Cristã. Entre os atores, está a atriz Andressa Nunes que, entre os trabalhos realizados na televisão, era um dos destaques do programa “Gente Inocente”, com Márcio Garcia, que  atualmente está sendo reprisado no canal Viva. Aquela menininha esperta cresceu e se transformou em uma atriz promissora, que fala sobre o espetáculo em cartaz e como é crescer no meio artístico.

 
Você era uma das atrações no programa “Gente Inocente”. O que preservou daquela menininha que fazia perguntas inteligentes?
Sem dúvida, a espontaneidade. Durante os quase quatro anos do programa, eu sempre fui lembrada pelas minhas perguntas muito espontâneas, pela minha alegria e por estar sempre falando. 
 
Quais as dores e as delícias de ter sido uma criança prodígio?
A delícia de ter todos os brinquedos que quis, de sempre ter a atenção de todos e de poder conhecer lugares e pessoas que sempre sonhei. A grande dor foi de não ter uma infância comum, eu passava o recreio da escola abraçando as outras crianças e adultos, dando autógrafos e respondendo às perguntas e curiosidades de todos que me rodeavam. Eu cresci no subúrbio do Rio de Janeiro, via as crianças brincando na rua, mas eu não podia porque a minha presença gerava aglomerações e era muito perigoso. Mas nunca me faltou nada como criança, a diferença é que eu cresci brincando de “Pique-esconde” no Projac.  
 
O programa está reprisando, qual foi a reação ao se rever agora?
Estou muito feliz com essa reprise! Vejo que muitas das minhas manias continuam e dou muitas risadas quando vejo o quanto eu realmente era espontânea. Acredito que pode ser ótimo para conseguir novas oportunidades no meio artístico e me ajudar bastante com o programa que irei lançar na web agora no segundo semestre. 
 
É mais fácil, ou mais difícil, alguém que fez sucesso na infância conseguir se manter no meio artístico, do que alguém que já começa adulto?
Eu acho que é mais difícil para alguém que fez sucesso na infância, porque quando a criança se torna adolescente é mais complicado conseguir testes e oportunidades. É um período em que você não tem perfil de criança e não pode fazer personagens adultos, acaba ficando muito limitado. Às vezes, acaba sendo rotulado ou não consegue ter uma sequência de trabalhos pelo fato de ser uma criança e não saber “correr atrás”. 
 
O que esperar da peça de Chico Xavier, nos palcos do Coliseu? 
O Coliseu é um teatro de muita energia e nós esperamos aproveitá-la para fazer com que o público se emocione e entenda a mensagem do nosso inesquecível Chico, que repudia o mal e a tristeza, sempre exaltando o bem. 
 
Qual é a principal mensagem que Paulo de Tarso passaria hoje?
Paulo é um personagem histórico que fala do amor e da fraternidade humana. A grande mensagem, no mundo atual de tanta discórdia, preconceito e estrelismo: é muito importante reviver Paulo, pois percebemos que, mesmo depois de tanto tempo, a sua história continua atual.