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Mercedes Sosa – A eterna cantora

25/05/2015
Mercedes Sosa – A eterna cantora | Jornal da Orla
Esta semana vou prestar uma homenagem a uma das principais cantoras da música popular latino-americana que já ouvi. Falo da querida “hermana” argentina Mercedes Sosa, carinhosamente conhecida como “La Negra”, por seus longos e lisos cabelos negros.
 
Um nome que carregou muitas vozes silenciosas em suas canções. Sempre teve uma participação política ativa e atuante, lutando abertamente contra os regimes ditatoriais da América do Sul.
 
Seu legado e suas lições viverão para sempre e é importante salientar que ela sempre colocou sua arte a serviço de causas relevantes.
 
Em 2009, lançou seu último trabalho intitulado “Cantora”, no formato CD/DVD com trinta e cinco músicas e imagens raras das sessões de gravação, além de encontros com outros personagens, testemunhos dos artistas que participaram do disco, além de inspiradas reflexões de Sosa sobre sua vida e sobre as gravações, que considero seu testamento musical.
 
E ela mesma profetizou que “continuaria cantando até os últimos dias como uma cigarra”. Cumpriu fielmente sua missão de cantar e encantar.
 
Por sua importância, o trabalho recebeu dois prêmios Grammy Latino no ano de 2009 e em cada faixa contou com a participação de uma celebridade latina. Alguns nomes que destaco são: Joan Manuel Serrat, Jorge Drexler, Shakira, Diego Torres, Maria Grana, Leopoldo Federico, Pedro Aznar, Charly Garcia, Fito Paez e Luis Salinas. E os brasileiros Caetano Veloso e Daniela Mercury também tiveram o privilégio de participar.
 
Os temas “Aquellas Pequenas Cosas”, “Sea”, “La Maza”, “Nada”, “Deja La Vida Volar”, “Desarma Y Sangra”, “Zomba Del Cielo”, “Agua, Fuego, Tierra Y Viento”, “El Angel De La Bicicleta” e “Violetas para Violeta” merecem ser ouvidas com atenção.
 
Meus preferidos, coincidentemente, passam pelos brasileiros em “Coração Vagabundo” com Caetano Veloso e “O Que Será” com Daniela Mercury. A gravação de “Insensatez” ao lado do genial guitarrista argentino Luis Salinas é simplesmente de arrasar e é impossível não se emocionar ao escutá-la.
 
Bela homenagem a esta cantora que sempre teve ligações com o Brasil, iniciada em 1976, quando gravou “Volver A Los 17” ao lado de Milton Nascimento, no clássico álbum “Geraes” e depois com Fagner, Chico Buarque e o próprio Caetano Veloso.
 
Mercedes Sosa deverá ser ouvida independente de suas posições políticas, e por ser conhecida como defensora fervorosa dos direitos humanos e da liberdade de expressão, mas acima de tudo pela sua bela voz e pelo seu selecionado repertório, registrado em mais de trinta álbuns. Em “Cantora”, som e imagem de primeira. Uma despedida em grande estilo. “Gracias A La Vida” Mercedes Sosa.
 
 
 
Steve Tyrell – “I’ll Take Romance”

 
Ele é um artista bastante versátil. Compositor e produtor experiente, se tornou nos últimos tempos, um dos meus cantores preferidos. Seu nome: Steve Tyrell.
 
Em sua carreira de mais de 45 anos de música, também produziu nos bastidores para  artistas do quilate  de  Rod Stewart, Ray Charles, Burt  Bacharach, Jimmy  Hendrix  e  até  Elvis Presley. Nada mal, não é mesmo.
 
Como talentoso cantor lançou álbuns primorosos e, no ano de 2012, nos presenteou com este belo trabalho, apresentado pelo Selo Concord Jazz, recheado com doze baladas.
 
As músicas “At Last”, “That`s All”, “(I Love You) For Sentimental Reasons”, “All Of You” e “The Way You Look Tonight”,  minhas favoritas.
 
Arranjos maravilhosos, a participação especial de uma afinada orquestra de cordas e de um time de músicos de alta qualidade, fazem deste CD um trabalho especial que merece ser ouvido.
 
De preferência, ao lado de uma pessoa especial. Ou, se preferir, a sós também. O que importa, é você desfrutar uma sonoridade muito agradável e envolvente.
 
 
 
Ben Webster With Strings – “Music For Loving”

 
Se você gosta de escutar um saxofone melódico e marcante, não deixe de conhecer o saxofonista tenor Bem Webster, que, ao lado de Lester Young e Coleman Hawkins, pode ser considerado como um dos maiores saxofonistas do Jazz.
 
Considero-o como o Rei das Baladas Românticas, embora também executasse, com muita personalidade, alguns “blues” mais rápidos, com vigor e agressividade.
 
Natural de Kansas City, cidade absurdamente musical e com vários músicos importantes que lá nasceram, teve o melhor momento da sua carreira nas décadas de 40 e 50.
 
Tocou em várias orquestras famosas, como as de Benny Carter, Cab Calloway e foi um dos mais importantes solistas da orquestra de Duke Ellington.
 
Em 1995, pelo selo Verve, foi lançada uma coletânea de baladas em dois CD’s, contendo gravações magníficas ao lado de uma afinada orquestra de cordas.
 
São gravações raras, inspiradas e que contaram com as participações marcantes de Billy Strayhorn (grande parceiro de Ellington) no piano, arranjos e condução, Teddy Wilson e Hank Jones no piano, Louie Bellson e Jo Jones na bateria, Ray Brown e George Duvivier no contrabaixo entre outros.
 
Foram feitas entre os anos de 1954 e 1955 e também merecem destaque a condução precisa e os arranjos criativos de Ralph Burns e a sempre competente produção de Norman Granz.
 
Você vai se emocionar com os temas “Chelsea Bridge” (que tem a rara participação de Billy Strayhorn), “Willow Weep For Me”, “Blue Moon”, “Early Autumn”, “Love Is Here To Stay”, “My Funny Valentine”, “Sophisticated Lady” e de bônus você vai levar mais oito temas do saxofonista barítono Harry Carney, outro grande solista da orquestra de Duke Ellington. Não deixe de ouvir.